Sistema antigranizo evita prejuízos em montadora de carros; veja como funciona
O barulho é altíssimo e parece um trovão. Apesar do incômodo, o equipamento no meio do pátio de uma montadora de veículos de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, evita que o granizo caia no local e danifique os carros recém-fabricados.
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A novidade é uma tecnologia que acaba com o problema na origem, lá no alto, nas nuvens. Emerson Carneiro, gerente de logística da montadora, explica que o equipamento é ligado 24 horas com radares meteorológicos. Assim, ele identifica uma nuvem carregada de granizo e é automaticamente acionado.
“Se a nuvem apresenta a condição de granizo, em torno de 30 minutos antes ele começa a se preparar, e de forma automática ele emite ondas sonoras, que vão quebrando granizo lá na nuvem. No final do evento, vai cair somente água, e não granizo”, explica o Emerson.
No pátio, com capacidade para 17 mil veículos, já foram registrados prejuízos provocados pelas pedras. Na região, a estimativa é de pelo menos 12 chuvas de granizo por ano. Mas desde que foi instalado, em outubro do ano passado, o equipamento já precisou ser acionado oito vezes.
Barulho alto
Um dos obstáculos do uso é o barulho, de aproximadamente 80 decibéis no local onde fica o equipamento. E mesmo com uma redução desse barulho do lado de fora da fábrica, ele ainda é alto. Por isso a empresa vem buscando formas de reduzir os ruídos, abafando o equipamento e plantando árvores no entorno.
“Justamente por ser uma onda sônica, quase como se fosse um avião, o princípio é o mesmo. Acredito que até março do próximo ano a gente já tenha esse invólucro de proteção para reduzir esse ruído, levando a um nível normal do nosso cotidiano, como se fosse um carro passando na rua”, explicou o gerente.
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O sistema antigranizo protege a área em um raio de 500 metros. A tecnologia desenvolvida por uma empresa espanhola já é utilizada em 25 países. Na Europa, principalmente, ele é muito usado em vinhedos, plantações de maçã e pêssego (onde surgiu a tecnologia), além de aeroportos, para evitar impactos em aviões.
No Brasil, a montadora é a primeira a implementar o equipamento. Além da questão financeira, com a redução de prejuízos no pátio, a tecnologia é considerada sustentável. Ela utiliza placas fotovoltaicas no funcionamento e, de acordo com Emerson, não gera nenhum tipo de emissão de gases durante a explosão da onda sônica.