Sindicalização de funcionários da Amazon enfrenta dificuldades para ser aprovada
Por Hilary Russ
(Reuters) – O sindicato que espera mudar a história do trabalho nos Estados Unidos, organizando funcionários de centro de distribuição da Amazon no Estado do Alabama, enfrenta uma árdua batalha quando a contagem de votos for retomada nesta sexta-feira.
Os trabalhadores da Amazon no armazém em Bessemer estão a caminho de rejeitar a sindicalização por uma margem de 2 votos contra 1, com quase metade dos 3.215 votos contados na última quinta-feira. Cerca de 1.100 cédulas foram de votos contra a formação de um sindicato, e 463 a favor.
A sindicalização da Amazon, o segundo maior empregador privado dos EUA, poderia ser um começo para reverter o declínio de longa data na filiação sindical no país, que caiu de 20% da força de trabalho elegível em 1983 para 11% em 2020, de acordo com o Bureau of Labor Statistics.
Qualquer que seja o resultado da votação, o Sindicato do Varejo, Atacado e Loja de Departamento (RWDSU, na sigla em inglês), que está tentando organizar os funcionários da Amazon, tem as mesmas opções legais que a empresa: contestar a elegibilidade de eleitores individuais ou alegar que uma conduta coercitiva da empresa maculou a eleição.
Em último caso, a disputa será apresentada ao National Labor Relations Board (NLRB) – agência federal independente que protege os direitos dos trabalhadores do setor privado – e, provavelmente, a um tribunal federal de apelações.
A contagem de votos ocorreu após mais de uma semana de contestações às cédulas durante procedimentos a portas fechadas que poderiam influenciar o resultado final. Os advogados da Amazon e do sindicato foram autorizados a questionar as cédulas por suspeita de adulteração, a elegibilidade dos votantes e outras questões.
O sindicato alega que houve centenas de cédulas contestadas, tornando incerto o número de votos necessários para se apontar que lado vai sair vencedor. O NLRB, que está supervisionando a eleição, julgará o caso nos próximos dias.
A Amazon por anos desencorajou tentativas de organização sindical entre seus mais de 800 mil funcionários norte-americanos, ensinando aos gerentes como identificar atividades sindicais, aumentando salários e alertando que as contribuições sindicais reduziriam os pagamentos, de acordo com um vídeo de treinamento antigo da empresa, declarações públicas e o site da eleição do sindicato.
A empresa alega que está seguindo todas as regras do NLRB, que quer que os funcionários entendam os dois lados do caso, e que o RWDSU não representa a maioria das opiniões de seus trabalhadores. A Amazon disse que deseja que o maior número possível de funcionários vote.