Presidente da ByteDance deixa o cargo: "Não sou muito social"

Publicado em 20 maio 2021, às 15h28. Atualizado às 15h31.

Por Echo Wang e Yingzhi Yang

(Reuters) – Zhang Yiming anunciou que vai deixar o cargo de presidente da ByteDance, dona do TikTok, alegando que não tem as habilidades sociais para ser um líder ideal e nomeou seu colega de quarto na faculdade, Liang Rubo, como seu sucessor para navegar em uma maré crescente de regulamentos sobre gigantes de tecnologia.

Em um anúncio surpresa nesta quinta-feira, Zhang disse que a mudança lhe permitirá “ter maior impacto em iniciativas de longo prazo”. Ele passará para uma posição de “estratégia-chave” no fim do ano, disse a ByteDance.

O executivo de 38 anos será sucedido por Liang, atual chefe de recursos humanos da ByteDance, uma das maiores empresas privadas de tecnologia do mundo, com valor estimado de cerca de 300 bilhões de dólares.

A mudança na gestão, a maior da ByteDance desde sua origem em 2012, ocorre enquanto reguladores chineses aumentam a fiscalização sobre as maiores empresas de tecnologia do país.

Em abril, a gigante do comércio eletrônico Alibaba recebeu uma multa de 2,8 bilhões de dólares por práticas anticompetitivas. A afiliada da fintech Ant Group teve suspensa no ano passado sua oferta inicial de ações (IPO). Reguladores antitruste também disseram à Tencent que estão se preparando para multar a gigante em até 1,55 bilhão de dólares, informou a Reuters no mês passado.

Zhang disse que os desafios do dia a dia de executivo são um obstáculo para pesquisa e inovação, e que Liang tem “pontos fortes em gestão, organização e engajamento social”.

“Estou mais interessado em reduzir ainda mais o trabalho administrativo, em vez de gerenciar pessoas”, escreveu Zhang, que seguirá como presidente do conselho.

O anúncio vem menos de um mês após o diretor financeiro da ByteDance, Shouzi Chew, tornar-se presidente do TikTok. Zhang detém de 20% a 30% da ByteDance e mais de 50% dos direitos de voto, disseram à Reuters pessoas a par do assunto. A ByteDance, que emprega mais de 100 mil pessoas em todo o mundo, se prepara para um IPO, mas suspendeu os planos em abril.

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