Inscrições abertas: formação gratuita para empresárias e aspirantes

Publicado em 7 jul 2020, às 17h25. Atualizado às 17h26.

A cada ano que passa as mulheres rompem barreiras e avançam: conquistam novos papéis na sociedade e novos postos no mercado de trabalho. Elas também enxergam no empreendedorismo uma oportunidade para crescer profissionalmente, buscar a independência financeira e ainda uma forma de sustentar sua família.

De acordo com a última edição do levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizado com 49 nações, o Brasil contempla mais de 24 milhões de empresárias tocando negócios próprios, gerando empregos e movimentando a economia. Esse número coloca nosso país em sétimo lugar no ranking mundial de mulheres empreendedoras.

O relatório da GEM traz ainda outras informações importantes sobre o retrato do empreendedorismo feminino no Brasil. Segundo o levantamento, por precisarem conciliar a maternidade, os afazeres domésticos e o trabalho, há uma desistência maior das mulheres que se colocam à frente do próprio negócio na comparação com os homens.

Lênia Luz, fundadora do Empreendedorismo Rosa e líder do Programa “Elas Empoderam Empreendendo”, ofertado pelo Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil, avalia que são muitos os motivos que ajudam a explicar os números que revelam o perfil das mulheres empreendedoras brasileiras, desenhado pela pesquisa da GEM.

“Se no universo corporativo o preconceito contra a mulher é visto nas diferenças salariais e na baixa ocupação dos cargos de liderança, quando falamos de empreendedorismo feminino notamos que elas esbarram na dificuldade de conciliar os lados pessoal e profissional. O rendimento de muitas mulheres é inferior na comparação com os homens por conta da impossibilidade de se dedicarem integralmente ao próprio negócio. Como aponta a pesquisa da GEM, enquanto os homens dedicam, em média, 37,5 horas ao negócio, as mulheres trabalham 30,8 horas. A justificativa é simples: muitas delas precisam se desdobrar para dar conta da administração da empresa e dos cuidados com a casa e com os filhos”, observa Lênia Luz.

A boa notícia é que as próprias mulheres têm consciência que esse quadro pode ser revertido e que a capacitação é um dos caminhos para transformar esse cenário e colocar o público feminino em evidência quando o assunto é o empreendedorismo.

O Programa “Elas Empoderam Empreendendo” é voluntário e já está na sexta turma em Curitiba. Em cada edição, um grupo de mulheres especialistas em diversas áreas cumprem o papel de facilitadoras e oferecem formação para 30 candidatas que aprendem os fundamentos básicos do empreendedorismo.

O curso é gratuito e podem se inscrever mulheres que já tem um empreendimento formalizado, aquelas que trabalham na informalidade ou ainda que desejam empreender. Com duração de 12 semanas, o Programa é online para atender a medida do isolamento social, por conta da pandemia da Covid-19. As aulas acontecem todas às terças-feiras, das 19 às 21 horas.

As inscrições para o Programa “Elas Empoderam Empreendendo” começam neste dia 1º de julho e continuam até o dia 15, exclusivamente por meio do link. O processo de seleção será feito pelas facilitadoras voluntárias do programa e o curso será 100% gratuito para todas as aprovadas no processo seletivo.

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O curso é dividido em dez módulos. Os temas abordados em cada um deles melhora o desempenho das mulheres empreendedoras, encorajando-as a encararem o desafio de empreender com mais conhecimento e informação. São eles: Autoliderança e Empoderamento; Bem-estar; Parceria e sociedade; Marca, Divulgação, Redes Sociais e Inovação; Organização do Tempo e Processos; Precificação e Controle Financeiro; Modelo de Plano de Negócios (Canvas); Plano de Negócios em prática; Marketing Pessoal e Autoestima; e Comunicando seu Negócio. 

Além de receberem um Certificado de participação assinado pelo Comitê de Empreendedorismo do Grupo Mulheres do Brasil e aprenderem a gerir melhor o próprio negócio, o Programa “Elas Empoderam Empreendendo” possui outros benefícios, na visão de Lênia Luz. “Além da construção de uma rede ne networking, que é muito importante no universo do empreendedorismo, as participantes terão acesso a modelos práticos de negócios para facilitar a estruturação das suas empresas e do desenvolvimento da autoliderança”, diz.

Roselei Dall’Angnol comanda, há três anos, o Armazém dos Porta Banners. Separada, ela representa o perfil de grande parte das empresárias brasileiras, que encontraram na carreira solo uma alternativa para a sobrevivência e a criação de duas filhas. A empreendedora atribui à idade a dificuldade de arrumar um emprego com carteira assinada, apesar da vasta experiência nos setores comercial e de vendas. E ela não está sozinha: para ter uma ideia, a pesquisa da GEM aponta que o empreendedorismo por necessidade também é maior no grupo feminino, chegando ao patamar de 44%, contra 32% entre os homens.

Roselei participou da quarta turma do Programa “Elas Empoderam Empreendendo”. Agarrou com unhas e dentes todas oportunidades que surgiram e acredita que está muito melhor agora, quando se tornou sua própria patroa, do que no passado. E, nessa caminhada, a capacitação do Comitê de Empreendedorismo do Grupo das Mulheres do Brasil foi um divisor de águas.

“Tanto no meu empreender como na vida pessoal essa formação fez uma diferença enorme. A organização da empresa melhorou muito. Apesar de ter sistemas de controle implantados, a área financeira estava um pouco de lado. Aprendi que manter todas as tabelas atualizadas é primordial e agora trabalho com agenda: as questões mais burocráticas, que são as que menos gosto, são a primeira tarefa do dia, para não serem relegadas para o segundo plano e esquecidas”, conta Roselei.

Ele acrescenta que o curso forneceu uma bagagem grande também na área da comunicação, principalmente em relação a divulgação da empresa e o posicionamento nas redes sociais e nas perspectivas de crescimento do negócio. “Me sentia estagnada e o apoio das facilitadoras e a troca de ideias com outras empreendedoras me deram um empurrão. Hoje tenho visão de futuro e já ampliei meu mercado. Através de uma parceria com uma indústria, comecei a confeccionar mochilas pirulito personalizadas, que são uma tendência nos eventos para divulgar as marcas. Empreender me trouxe realização: agora consigo conciliar melhor o trabalho e o cuidados com minhas duas filhas e projetar um futuro melhor para mim e para elas”, conta Roselei.

Sobre o Grupo Mulheres do Brasil

O Grupo Mulheres do Brasil uma iniciativa criada pela empresária Luiza Trajano, em 2013, na cidade de São Paulo e, desde então, vem ganhando braços em outros estados e fora do país. A empresária Regina Arns é quem lidera o grupo no Estado do Paraná tendo na coliderança Margaret Groff, ex-Diretora da Itaipu.