Mineração de criptomoeda na China é atingida por repressão em Pequim e queda de bitcoin
XANGAI (Reuters) – Mineiros de criptomoedas, incluindo HashCow e BTC.TOP, pararam todas ou parte de suas operações na China depois que Pequim intensificou a repressão à mineração e comércio de bitcoins, atingindo as moedas digitais em meio a um maior escrutínio regulatório global.
Um comitê do Conselho de Estado liderado pelo vice-premiê Liu He anunciou medidas na noite de sexta-feira como parte dos esforços para evitar riscos financeiros. Foi a primeira vez que o gabinete da China teve como objetivo a mineração de moeda virtual, um negócio considerável na segunda maior economia do mundo que, segundo algumas estimativas, responde por até 70% do suprimento global de criptomoedas.
A bolsa de criptomoedas Huobi suspendeu nesta segunda-feira a mineração a e alguns serviços comerciais para novos clientes da China continental, acrescentando que, em vez disso, se concentrará em negócios no exterior.
O BTC.TOP, um pool de mineração de criptomoedas, também anunciou a suspensão de seus negócios na China alegando riscos regulatórios, enquanto a mineradora de criptomoedas HashCow disse que iria parar de comprar novas plataformas de mineração de bitcoin.
As criptomoedas usam computadores especialmente projetados e cada vez mais poderosos, ou plataformas, para verificar as transações de moedas virtuais em um processo que produz criptomoedas recém-cunhadas, como o bitcoin.
“A mineração de criptografia consome muita energia, o que vai contra as metas de neutralidade de carbono da China”, disse Chen Jiahe, diretor de investimentos do family office Novem Arcae Technologies, com sede em Pequim.
A repressão também faz parte do esforço da China para conter o comércio especulativo de criptomoedas, acrescentou.
O bitcoin sobre uma forte correção após a última mudança chinesa e agora está quase 50% abaixo de seu máximo histórico. No domingo, chegou a cair 17%. O ether atingiu uma mínima de dois meses no domingo.
Nesta segunda-feira, por volta de 09:00 (horário de Brasília), o bitcoin subia 8,25%, a 37.570 dólares.
A proteção ao investidor e a lavagem de dinheiro são preocupações específicas dos reguladores financeiros globais que estão tentando decidir se e como devem regular a indústria de criptomoedas.
O último abalo nas moedas digitais também decorre de um escrutínio mais rígido nos Estados Unidos. Na quinta-feira passada, o chair do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, disse que elas representam riscos para a estabilidade financeira e indicam que uma maior regulamentação da moeda eletrônica cada vez mais popular pode ser necessária.
(Reportagem de Samuel Shen e Andrew Galbraith)