Microsoft cria novo datacenter no RJ, expande computação em nuvem no Brasil
SÃO PAULO (Reuters) – A Microsoft anunciou nesta terça-feira uma parceria com o Ministério da Economia para expansão de seus serviços de computação em nuvem no país. O projeto inclui uma nova região de datacenter, no Rio de Janeiro, que vai se somar à primeira da empresa, em São Paulo.
“Essa expansão da infraestrutura de nuvem da Microsoft no Brasil vai beneficiar clientes dos setores público e privado, inclusive pequenos negócios e startups”, afirmou a gigante norte-americana de tecnologia.
O programa envolve treinamento digital gratuito para até 5,5 milhões de pessoas. A plataforma, implementada em parceria com a ONG Softex, oferecerá mais de 20 cursos de tecnologia. E o Ministério da Economia anunciou a criação de uma plataforma de ensino remoto que inclui cursos da Microsoft.
Outra parceria, esta com a Vale e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), envolve inteligência artificial e indicadores preditivos e dados de satélite, para detectar zonas de desmatamento e queimadas mais prováveis durante a próxima estação seca em 2021.
“Com o auxílio dessa tecnologia, o Imazon poderá identificar áreas críticas para auxiliar os órgãos governamentais a proteger contra o desmatamento e conservar a floresta amazônica”, afirmou a Microsoft em comunicado à imprensa.
O anúncio ocorreu enquanto o governo de Jair Bolsonaro segue sendo criticado por sua atuação na área ambiental. Na semana passada, por exemplo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu posição da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, sobre suposta necessidade de aumento da criação de gado no Pantanal como forma de evitar queimadas.
Salles credita as queimadas intensas no Pantanal –que este ano registraram os maiores índices desde 1998, quando começou o registro– à seca recorde na região e ao acúmulo dessa folhagem seca. Já investigações da Polícia Federal apontam para indícios de incêndios criminosos.
Já na Amazônia, de janeiro a setembro deste ano, o desmatamento da floresta tropical somou 7.063 quilômetros quadrados, uma queda de 10,25% ma comparação com os primeiros nove meses de 2019, mas patamar também bastante superior ao registrado entre 2015 e 2018, quando o maior acumulado em nove meses foi de 4.899 quilômetros quadrados registrados em 2016.
Ambientalistas culpam o governo Bolsonaro, que reduziu os mecanismos de fiscalização ambiental e defende a mineração e a agricultura em áreas protegidas da Amazônia, por incentivar madeireiros ilegais, grileiros e garimpeiros a destruírem a floresta.
(Por Aluísio Alves)