Herdeiros da Samsung devem pagar mais de US$10,8 bi em imposto sobre herança

Publicado em 28 abr 2021, às 15h11. Atualizado às 15h17.

Por Joyce Lee e Heekyong Yang

SEUL (Reuters) – A família do falecido presidente do conselho de administração da Samsung, Lee Kun-hee, disse nesta quarta-feira que vai pagar mais de 12 trilhões de wons (10,8 bilhões de dólares) em impostos sobre herança, além de doar a vasta coleção particular de arte dele para curadores estatais.

Lee, creditado como responsável por transformar a Samsung na maior fabricante mundial de smartphones e chips de memória, morreu em 25 de outubro de 2020, com a mídia local avaliando sua fortuna em cerca de 26 trilhões de wons.

A conta do imposto sobre herança – uma das maiores já registradas na Coréia do Sul e no mundo – tem sido observada de perto devido ao seu potencial de diluir o controle acionário da família Lee dentro da Samsung.

Os herdeiros disseram que planejam pagar a conta durante cinco anos em seis parcelas, a partir deste mês. “É nosso dever cívico e responsabilidade pagar todos os impostos”, disse a família em um comunicado divulgado pela Samsung.

“Houve uma decepção geral dos investidores, pois nenhum detalhe sobre como as parcelas serão divididas foram revelados”, afirmou o analista Lee Sang-hun da HI Investment & Securities. Em vez disso, os investidores precisarão esperar pelos documentos regulatórios para descobrirem as mudanças na participação acionária do filho de Lee e do vice-presidente da Samsung, Jay Y. Lee, dentre outros membros da família.

Analistas disseram que os herdeiros provavelmente usarão empréstimos e dividendos de suas próprias ações e das de Lee para pagar o imposto.

A participação acionária de Lee, por valor, inclui 4,18% da Samsung, 0,08% das ações preferenciais da Samsung, 20,76% da Samsung Life Insurance, 2,88% da Samsung C&T e 0,01% da Samsung SDS.

Jay Y. Lee é o maior acionista da Samsung C&T com uma participação de 17,33%. O herdeiro está atualmente no meio de uma sentença de prisão de 30 meses por suborno e outros crimes. O governo sul-coreano rejeitou na terça-feira pedidos de perdão de grupos de lobby de negócios.

Grande parte da coleção de arte pessoal de Lee, avaliada em de 1,76 bilhão de dólares, que inclui obras de Picasso, Monet e Chagall, será doada a organizações como o Museu Nacional da Coreia e o Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea, informou a família.

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