Grã-Bretanha diz que falhas de segurança da Huawei são risco de longo prazo
Por Jack Stubbs
LONDRES (Reuters) – A Huawei não conseguiu convencer autoridades britânicas de que os riscos de segurança do uso de seus produtos na infraestrutura nacional do Reino Unido podem ser gerenciados de forma adequada, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira.
Um conselho liderado pelo governo que supervisiona a verificação dos equipamentos da Huawei na Grã-Bretanha disse que os problemas contínuos com as práticas de engenharia e segurança da empresa significam que ela poderia dar “garantia limitada” de que todos os riscos para as redes britânicas podem ser suficientemente mitigados a longo prazo.
O conselho disse que a Huawei fez apenas um progresso limitado no tratamento das questões levantadas no ano passado e não ter confiança na capacidade da empresa de concluir uma revisão da segurança cibernética anunciada anteriormente.
As descobertas aumentam a pressão sobre a Huawei, maior fabricante mundial de equipamentos de rede de telecomunicações, que tem sido atingida por sanções dos EUA e alegações de que seus produtos podem ser usados por Pequim para espionagem.
A Huawei tem negado as acusações e disse que a avaliação britânica mostrou que as vulnerabilidades do equipamento não são resultado da interferência do governo chinês.
“O relatório reconhece que, embora nosso processo de transformação de software esteja no começo, fizemos algum progresso no aprimoramento de nossas capacidades de engenharia de software”, disse um porta-voz da empresa.
Após conceder inicialmente à Huawei um papel limitado na infraestrutura 5G do Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson reverteu a decisão em julho, ordenando remoção de todos os equipamentos da empresa das redes nacionais até 2027.
O motivo para a reviravolta foi o impacto das novas restrições dos EUA sobre a tecnologia de chip, que o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) da britânico disse que significa que a Huawei não é mais um fornecedor confiável.
Autoridades disseram que o último relatório, que é produzido anualmente, analisou os eventos de 2019 e não se relacionou com o impacto subsequente das sanções.
O conselho disse não estar ciente de nenhuma vulnerabilidade sendo explorada por hackers de governos, mas as fraquezas, no entanto, representam um sério risco.
(Reportagem Jack Stubbs)
((Tradução Redação São Paulo; + 55 11 5644-7712))
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