Portátil e impermeável, estudantes de Curitiba criam abrigo para moradores de rua com caixa de leite. O abrigo emergencial foi projetado por alunos do 2º ano do curso técnico em Edificações do Centro Estadual de Educação Profissional (Ceep).
O abrigo consiste numa espécie de barraca feita de embalagens Tetra Pak que, quando dobrada de maneira similar à utilizada na arte do origami, pode ser carregada debaixo do braço.
São necessárias 140 caixas de leite para construir abrigo para moradores de rua
De acordo com os alunos, para montar um abrigo para um morador de rua, são necessárias cerca de 140 caixas de leite e um ferro de passar roupa. Thiago explica que a ideia foi dar nova utilidade para os recipientes, que são difíceis de serem reciclados.
“A caixinha é feita de polietileno, papelão e alumínio. A gente corta as embalagens num tamanho padrão e, quando temos a quantidade necessária, sobrepomos uma na outra. Com o auxílio de um paninho e um ferro de passar roupas ligado, com muito cuidado, unimos as caixinhas, já que o calor do ferro derrete o plástico e faz as vezes de cola”, explica, garantindo que com a técnica não há o risco de deixar frestas no abrigo.
Pelo fato de as caixas de leite atuarem como isolante térmico, a temperatura no interior do abrigo varia entre 20 e 22°C. Ainda, os jovens calculam que a vida útil do abrigo para moradores de rua, se utilizado todos os dias, seja de, aproximadamente, seis meses.
A pesquisa foi desenvolvida pelos estudantes Allan Ernesti, Leonardo das Neves, Thiago Bronoski de Oliveira e Udson Ribeiro e orientada pelo professor Gesse Lima e pelo ex-aluno do Ceep Juliano Jonas.
Alunos estão aprimorando projeto inicial
Agora, a fase é de aprimoramento do abrigo para moradores de rua. Os alunos estão desenvolvendo uma esteira, também feita de caixinhas de leite, que fica acoplada à barraca, para que a pessoa não fique em contato direto com o chão.
Para o professor orientador do projeto, projetos como esse mostram como é importante o investimento em ciência no país. “A gente precisa se apropriar dessas oportunidades de fazer ciência e criar conhecimentos. Eu pego um problema social, trago para a sala de aula e os alunos conseguem resolver. Nosso objetivo nunca foi o de ganhar prêmios, mas sim de desenvolver todo esse processo”, afirma.