China propõe regra global para moedas digitais de bancos centrais

Publicado em 25 mar 2021, às 11h49. Atualizado às 11h50.

Por Tom Wilson e Marc Jones

LONDRES (Reuters) – A China propôs nesta quinta-feira um conjunto de regras para moedas digitais emitidas por bancos centrais, incluindo como elas poderiam ser utilizadas ​em todo o mundo a normas sobre questões altamente sensíveis como monitoramento e compartilhamento de informações.

Os bancos centrais globais estão procurando desenvolver moedas digitais para modernizar seus sistemas financeiros e evitar a ameaça de criptomoedas como o bitcoin. A China é um dos países mais avançados do mundo neste campo.

Mu Changchun, diretor-geral do instituto de moedas digitais do Banco Central da China, expôs as novas propostas durante seminário do Banco de Compensações Internacionais

“A interoperabilidade deve ser habilitada entre sistemas de CBDC (moedas digitais emitidas por bancos centrais, na sigla em inglês) de diferentes jurisdições e intercâmbio”, disse ele.

“O fluxo de informações e os fluxos de fundos devem ser sincronizados para facilitar o monitoramento da conformidade das transações.”

O Banco Central da China pretende se tornar o primeiro grande banco central do mundo a emitir uma CBDC, parte de seu esforço para internacionalizar o iuan e reduzir a dependência do sistema de pagamentos dominado pelo dólar dos Estados Unidos.

O Banco Central Europeu também está explorando a introdução de um euro digital nos próximos cinco anos. Está correndo em oposição à Alemanha, porém, onde o Bundesbank se preocupa que um euro digital possa representar riscos para os bancos.

Uma CBDC que ganhe ampla aceitação no comércio internacional e no sistema de pagamentos pode, em última análise, corroer o status do dólar como moeda de fato do comércio mundial e minar a influência dos EUA, dizem analistas.

Mu acrescentou que uma regra global importante deve ser um “fornecimento justo de moedas digitais” pelos bancos centrais mundiais de forma que apoiem a evolução saudável e estabilidade financeira do sistema monetário internacional.

Uma “moeda digital fornecida por um banco central não deve impedir a capacidade de outro banco central de cumprir seu mandato para a estabilidade monetária e financeira”, disse ele.

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