70% dos brasileiros adultos foram expostos a um golpe de suporte técnico, revela pesquisa da Microsoft

Publicado em 22 jul 2021, às 11h13.

Uma pesquisa encomendada pela Microsoft para a YouGov, feita em 16 países, analisou os golpes de suporte técnico e o seu impacto nos consumidores. Conforme o levantamento, 70% dos adultos brasileiros estiveram expostos a um golpe de suporte técnico, 3 pontos a mais que em 2018 (67%). Apesar disso, os golpes que envolvem e-mails não solicitados diminuíram de 43% para 37%.

Além disso, conforme o compilado, houve um aumento de 5 pontos no número de pessoas que dão continuidade ao golpe (29%), o que também corresponde a um ligeiro aumento nas pessoas que perdem dinheiro (de 5% para 7%). A pesquisa também indica que os millenials confiam mais que outras gerações, ou seja, que é mais provável que deem continuidade a um provável golpe.

Os golpes de suporte técnico começaram com as ligações telefônicas, nas quais os golpistas se passavam por funcionários, notificando as pessoas, de forma fraudulenta, que elas eram vítimas de malware ou outros ataques prejudiciais. Isso então se transformou em falsos “pop-ups”, aparecendo nas telas das pessoas, tentando convencê-las mais uma vez que algo estava errado com seus computadores, de forma que os golpistas pudessem cobrar para “consertar” falsos problemas.

Mensalmente, a Microsoft diz receber cerca de 6.500 reclamações de pessoas que foram vítimas de golpes de suporte técnico. Houve uma redução em comparação à média de 13.000 reportes por mês em anos anteriores.

No mundo

Os resultados da pesquisa revelam que, globalmente, menos consumidores estiveram expostos a golpes de suporte técnico em comparação com a pesquisa 2018. O estudo também revela que as pessoas geralmente são mais céticas em relação as ligações de suporte técnico ou pop-ups. Entretanto, as pessoas que deram continuidade à interação de golpe tinham mais probabilidades de perder dinheiro com os golpistas do que os verificados na pesquisa anterior.

De acordo com os dados divulgados pela Microsoft:

  • Três em cada cinco consumidores se depararam com um golpe de suporte técnico nos últimos 12 meses
  • Um em cada seis consumidores foi induzido a continuar com o golpe, levando as vítimas a perderem centenas de dólares para os golpistas
  • Os millenials (pessoas de 24 a 37 anos) e a geração Z (18 a 23 anos) apresentam maior exposição aos golpes de suporte técnico
  • Um em cada 10 millenials e um em cada 10 Gen Zers que se depararam com um golpe, foram enganados e perderam dinheiro
  • Entre aqueles que deram continuidade a um golpe, o gancho mais comum durante a interação foram problemas com o computador (30%), seguido por senhas comprometidas (23%) e uso fraudulento de cartões de crédito, débito e departamentais (18%)

Atividades online mais arriscadas

De forma semelhante aos resultados de 2018, a Microsoft diz ter observado jovens sendo vítimas de golpes de suporte técnico com mais frequência, especialmente a Geração Z e a Geração Y, bem como os homens. Segundo a marca, isso também está relacionado a uma maior participação do que as gerações anteriores em atividades online de risco, como o uso de sites de torrent e a troca de endereços de e-mail para conteúdo.

As informações financeiras confidenciais continuam em risco: enquanto os golpistas geralmente solicitavam que os consumidores baixassem software ou acessassem um site (30% das vítimas que o fizeram relataram problemas posteriores nos seus PCs), a proporção de consumidores aos quais foi solicitado um documento de identificação emitido pelo governo (por exemplo, o número do CPF) aumentou desde 2018 e 16% foram incentivados a acessar seu banco durante a sessão fraudulenta. Não é surpresa que tenha aumentado o número de consumidores que informam o uso fraudulento de seus cartões de crédito e débito, o que explica o aumento de perdas de dinheiro.

Estruturas sofisticadas

“Devido à pandemia, o uso de ferramentas digitais tem sido de vital importância para todas as empresas e indivíduos e foi um fator determinante na capacidade de adaptação às novas condições de trabalho remoto e a digitalização de uma grande gama de serviços. Vivemos em constante evolução tecnológica e a fraude de suporte técnico não é exceção. Não enfrentamos mais apenas ligações fraudulentas, mas também uma infraestrutura mais sofisticada que aproveita os vendedores parceiros para implantar pop-ups de aparência legítima para os consumidores, levando-os a se comunicarem com call centers fraudulentos”,

comentou Victoria Beckman, líder da Unidade de Crimes Digitais (DCU) para as Américas na Microsoft.

“Também vemos golpistas usando e-mail, a otimização de motores de busca e táticas de engenharia social para atrair as vítimas. Estas táticas têm servido para expandir um modelo de negócios facilmente replicável, com os perpetradores compartilhando recursos, incluindo encaminhamentos para call centers, clientes em potencial e processadores de pagamentos”, finalizou.

Depois de se conectar com as vítimas em potencial, os golpistas também roubam informações pessoais e financeiras. As vítimas pagaram pelo menos $200 (USD) em média e muitas pessoas enfrentaram repetidas interações com golpes. Algumas dessas pessoas infelizmente até perderam milhares de dólares para um suporte técnico falso, buscando consertar problemas de computador inexistentes. Alguns golpistas até instalaram malware em seus computadores “clientes”, permitindo-lhes manter o acesso aos computadores mesmo depois que as vítimas acreditaram que suas sessões de acesso remoto haviam terminado.

Combate

A Microsoft afirmou que sua Unidade de Crimes Digitais (DCU – Digital Crimes Unit) está trabalhando para ajudar a combater o problema e estabelecendo parcerias com agências responsáveis pela aplicação da lei, fortalecendo sua tecnologia proprietária e educando os consumidores e que tem lutado contra os golpes de suporte técnico desde 2014.