Vereadores de Curitiba criticam Conselho de Diversidade Sexual: "Privilégio e segregação"
Vereadores de Curitiba criticaram a criação do Conselho de Diversidade Sexual, aprovado em primeira discussão na última segunda-feira (13). Eder Borges (PP) foi o primeiro a falar contra. O vereador argumentou que o tema não é assunto de Estado. Ele atacou especialmente a realização de um feirão de emprego para a população LGBTQIA+, dizendo que isso gerava segregação social. “Nada fundamenta que o cidadão que paga impostos banque uma pauta ideológica”, disse o político, que relativizou os dados sobre suicídio, por exemplo, afirmando que sofreu bullying na escola por “ser muito magro”. “Já existe Secretaria de Direitos Humanos [na prefeitura], o conselho é redundante, é demagogia”, disse.
Ezequias Barros (PMB) mostrou-se da mesma opinião que Borges, sendo contra a colocação de recursos públicos nas pautas do movimento LGBTQIA+. “Estamos criando privilégios com recurso público. Quem será beneficiado? Serão dadas aulas nas escolas defendendo ideologia de gênero? O movimento LGBT pode entrar nas escolas para falar dos seus assuntos, mas a igreja está proibida. A igreja só está liberada para entrar nos presídios”, comentou o vereador, para quem “a Constituição Federal já nos dá condição de igualdade, mas nós vamos criando guetos”.
“Eu não tenho preconceito, tenho amigos homossexuais e lésbicas, porém, ouvindo algumas falas, que mostram como somos divididos, a minha maior preocupação com o conselho é o movimento [social de defesa dos direitos LGBTQIA+], e não as pessoas [individualmente]”, disse Osias Moraes (Republicanos). “Se o movimento fizer pelo conselho uma política que entre nas escolas, vão enfrentar resistência, porque nós vamos estar de olho”, afirmou o parlamentar. Além de Borges, Barros e Moraes, votaram contra o CMDS os vereadores João da 5 Irmãos (União), Noemia Rocha (MDB), Pastor Marciano Alves (Solidariedade) e Sargento Tânia Guerreiro (União).
O projeto retorna à pauta desta terça-feira (14) para votação em segundo turno e, se confirmada pela CMC, segue para sanção do prefeito e Rafael Greca e posterior publicação no Diário Oficial do Município.