Tarcísio diz que PCC orientou voto em Boulos; candidato pede impugnação de Nunes
Governador de São Paulo fez as afirmações logo após votar, ao lado do atual prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição; campanha de Boulos pede impugnação da chapa do adversário por abuso do poder político
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou neste domingo (27), que a inteligência do Governo interceptou mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) incentivando votos no candidato Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo. Tarcísio não apresentou provas ou se aprofundou sobre o assunto. Em resposta, a campanha de Boulos entrou com ação de investigação judicial eleitoral para apurar abuso de poder político e uso indevido dos veículos de comunicação social pela manifestação do governador.
De acordo com Tarcísio de Freitas, “providências foram tomadas para a tranquilidade da eleição. Policiamento foi reforçado nas cidades com segundo turno”, afirmou em coletiva à imprensa, após votar no Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi. O governador estava acompanhado do prefeito da Capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), do candidato a vice Mello Araújo (PL) e do filho do ex-prefeito Bruno Covas, Tomás Covas.
Em resposta, Guilherme Boulos afirmou que sua campanha entrou com uma ação de investigação eleitoral por abuso de poder político no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar sem provas que o Primeiro Comando da Capital (PCC) orientava voto em Boulos. O pessolista disse que esse é laudo falso do segundo turno, em alusão à tentativa de atribuir uso de drogas, em um ato da campanha de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno.
Campanha de Boulos quer impugnar chapa adversária
“A presente demanda tem por objeto o abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação social em razão das irresponsáveis declarações prestadas pelo Governador do Estado, Tarcísio Gomes de Freitas, ao lado dos réus Ricardo Luis Nunes e Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, pouco após as 12h de hoje, durante o horário de votação. Em entrevista coletiva, no Colégio Miguel de Cervantes, logo após votar, o Governador do Estado, afirmou ter havido um “Salve” do PCC orientando o voto no candidato representante, Guilherme Boulos”, afirma parte da ação da campanha de Boulos.
Na queixa, os advogados do candidato do PSOL, afirmam ainda que “de acordo com o Governador tais informações teriam vindo de ‘uma ação de inteligência’, onde teria havido ‘essa interceptação’. Em outras palavras, Tarcísio Gomes de Freitas afirmou que recebeu esta informação oficialmente, como Governador do Estado, usando o cargo para dar credibilidade ao relato, no dia das eleições, enquanto abertas as urnas”.
Esses fatos, para a campanha de Boulos, configuram “evidente abuso de poder político, além do uso indevidos dos meios de comunicação. Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no Estado de São Paulo. A utilização do cargo de Governador do Estado com a finalidade de interferir no resultado da eleição, no dia da votação, é evidente. A finalidade eleitoral fica clara pela escolha do momento para divulgação da coletiva, durante o horário da votação, com a presença dos candidatos abertamente apoiados pelo atual governador, todos com adesivo de propaganda dos candidatos representados em suas camisas”.
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Por fim, a ação impetrada na Justiça Eleitoral afirma ainda que “nem se diga que o Governador falou como cidadão, fora do exercício de suas funções, pois em seu discurso ele faz expressa referência a dados de inteligência a que só poderia ter acesso como Governador do Estado. O uso da máquina e o abuso do poder político são incontestes. A declaração do Governador do Estado, durante o período de votação, ao lado dos candidatos por ele apoiados, configura um abuso sem precedentes. …tem-se, portanto, uma ação coordenada entre o Governador do Estado e os demais réus, juntamente com sua campanha, para difundir essas acusações, de forma abusiva e criminosa, durante o horário de votação”. complementa.
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