Sérgio Moro acompanhou os atos do fim de semana e estuda ser o 'rosto' da terceira via
Pelo celular, dos Estados Unidos, o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro foi informado em tempo real sobre os desdobramentos dos atos pelo Brasil no último domingo (12). Moro teve informantes de luxo, como a senadora Simone Tebet (MDB), o senador Alessandro Vieira (CD) e o deputado federal Vinicius Poit (Novo).
Nas conversas, a avaliação geral foi que o ato foi o “start” de um processo que pode consolidar uma terceira via, e que para mobilizar mais o movimento precisa de um rosto. É consenso que o nome mais forte para o desafio é o do ex-juiz da Lava Jato.
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Em uma das mensagens trocadas, Moro chegou a dizer que não concordava com a manchete de uma reportagem enviada a ele. “Não foi um fiasco”, avaliou.
No próximo dia 24, Moro desembarca no Brasil para resolver se sairá ou não candidato. Ele terá uma série de encontros com lideranças de diversos setores. Um dos interlocutores ouvidos pela coluna aposta que o debate de combate a corrupção estará na agenda das próximas eleições. A avaliação é que, com o histórico de Lula e as novas denúncias contra a família Bolsonaro envolvendo possíveis ilegalidades na compra de vacinas, o ex-comandante da Lava Jato é o único que tem moral para bancar um discurso verdadeiramente de anti-corrupção.
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Com medo de Moro, o establishment resolveu contra atacar, e em dose dupla. O líder de um dos partidos do Centrão, Cacá Leão (PP), reapresentou a proposta da quarentena eleitoral para juízes e procuradores. Sem disfarçar, ele propôs uma emenda aglutinativa, que retomou a quarenta apenas para juízes e promotores, deixou de fora policiais e militares, como previa a ideia inicial refutada na semana passada.
O texto foi aprovado, mas não atinge Moro, pois a medida só vale a partir de 2026. Ao mesmo tempo, a defesa de Lula apresentou uma carta, que teria sido escrita pelo ex-presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, em que o empreiteiro teria recuado de acusações que havia feito contra o petista na Lava Jato. A tentativa é de desmoralizar o ex-juiz, que levou em conta o que disse Léo Pinheiro para condenar Lula no caso o triplex do Guarujá, no litoral paulista.
Nas conversas, Moro sempre tem repetido o seu mantra “Faça sempre a coisa certa”.