Samuel de Mattos (PSTU) defende legalização das drogas e liberação do aborto
Candidato a Prefeito de Curitiba também defende a estatização do transporte público e uma administração voltada para a comunidade
O candidato à Prefeitura de Curitiba Samuel de Mattos (PSTU), defende a legalização das drogas e a liberação do aborto. Segundo o representante socialista, são temas recorrentes da sociedade e que acontecem com ou sem a legislação. Para o político, o aborto é uma questão de saúde pública.
“A gente é a favor da legalização do aborto porque o aborto é uma coisa que acontece, sendo proibido ou não. Então, achamos que são as mulheres que devem decidir sobre os corpos delas e devemos transformar isso em uma questão de saúde pública. Pois as mulheres que têm dinheiro, vão para fora do país, fazem o aborto em lugares legalizados, mas as que não têm condição, buscam procedimentos domésticos ou clínicas clandestinas, acabam morrendo ou ficam com sequelas”, comentou Samuel de Mattos.
O candidato pontuou que é necessária uma educação sexual para crianças e adolescentes, para entenderem o corpo e possam identificar possíveis abusos. “É preciso fazer uma forte campanha explicativa, de conscientização”, reforçou Mattos.
Já em relação às drogas, o candidato afirmou que é a favor da legalização. “Nós somos favoráveis a legalização das drogas, de todas elas”, declarou.
Estatização para reduzir o valor da passagem em Curitiba
No planto de governo, o candidato do PSTU sugere a estatização do transporte público, como uma alternativa para melhorar qualidade do serviço e reduzir os preços das tarifas para a população.
“Queremos estatizar o transporte público sob o controle dos trabalhadores. A gente tem Araucária aqui do lado que paga R$ 1 na passagem. A nossa proposta é reduzir nossa passagem, para isso temos que estatizar o transporte público, inclusive aumentar o número de ônibus, para transformar o transporte público de fato mais atrativo. Para aliviar o trânsito, tem que ser uma coisa para motivar as pessoas a não tirarem o carro de casa”, comentou Mattos.
O candidato aproveitou para destacar que a nova licitação será feita no próximo ano, então mudanças poderão ser feitas. Samuel de Mattos ainda citou que alguns concorrentes políticos, que prometem mudanças, são os mesmos que aprovaram os atuais contratos.
“Temos que aproveitar que a licitação vai acabar no ano que vem. Tem muito candidato que diz que vai resolver o problema, mas é o principal responsável pela licitação que está hoje em vigor, bem mal feita, pelo nosso ponto de vista. Curitiba hoje é a sexta capital mais rica do país e temos a passagem mais cara, e é vendido como um transporte muito bom. Mas a gente sabe, na realidade não é. A gente hoje quer fazer as obras, quer administrar visando dar melhor qualidade de vida para os moradores”, completou.
Apesar de garantir uma melhoria no transporte público com a estatização, o candidato declarou que não tem um modelo como base, e citou apenas Araucária, que é uma cidade que não possui frota própria para o transporte.
“A gente está propondo, achamos necessário, não estamos se baseando em outro lugar do mundo. Estamos se baseando em Araucária, onde a passagem é R$ 1. Deixar na mão do setor privado, eles vão querer saber de ter lucro […] essas empresas têm enriquecido muito nos últimos anos. Cada vez que elas dizem ‘tem que custear mais a passagem, precisa de aditivo’, o Greca não titubeia em mandar milhões”, concluiu.
Samuel de Mattos pretender desarmar a Guarda Municipal
Em relação à segurança pública, Samuel de Mattos não acredita no modelo atual, que segundo ele, aumenta a violência. O candidato destacou que é a favor da desmilitarização e na mudança da estrutura das polícias.
“A gente tem um problema que é a violência, que está estabelecida na cidade. Temos que olhar para essa situação no sentido de uma forma preventiva. Para a gente, o problema da violência na sociedade é fruto da desigualdade social, do desemprego, da precarização, do trabalho, de uma série de desigualdade social. Achamos que por um lado tem que política para isso, garantir emprego descente, uma qualidade de vida, o acesso à cultura, lazer, para que possamos de fato ter uma vida mais atrativa para a juventude. Por outro lado, achamos que só colocar mais violência não está resolvendo o processo. A Guarda Municipal, que era para cumprir uma função mais de defesa do patrimônio, esta cada vez mais cumprindo papel de polícia, de repressão. Nosso problema não é com o guarda ou com o policial militar, para gente são trabalhadores que devem ter direito de se organizar sindicalmente para não acatar todas as ordens arbitrárias que recebem, mas tem a ver com a estrutura da polícia, que é uma herança da ditadura militar”, afirmou Mattos.
O candidato ainda ressaltou que pretende tirar as armas dos agentes da Guarda Municipal: “Na nossa polícia estamos propondo desarmar a Guarda Municipal. Armar a guarda é mais violência, mais truculência”.
Gestão voltada e com participação da comunidade
Nas propostas para o governo, Samuel de Mattos acredita na reestatização de alguns serviços, para melhorar a qualidade de vida dos curitibanos. O candidato aponta que a terceirização favorece apenas os grupos econômicos.
“Não tem investimento do setor privado para resolver os problemas públicos, o que temos hoje é um processo muito grande de terceirização dos serviços públicos, seja pelas vagas de creche e saúde. A prefeitura contrata, por exemplo, na questão das creches, compra vagas na rede particular. Para gente, é preciso acabar”, comentou o candidato.
Como foco da administração, Samuel de Mattos pretende envolver a população no processo político e contar com a opinião de todos para as decisões de investimento. Entre as propostas está a criação das assembleias nos bairros.
“A gente entende que hoje a população precisa de uma participação mais ativa na política, no dia-a-dia e não a cada dois anos para aparecer nas urnas e votar. Para gente é fundamental que a população participe, que é o que defendemos como conselhos populares. Na prática, seria assim, teríamos X reais para investir na cidade, aqui nesse bairro vamos reformar a quadra da escola e construir um CMEI, ou seja, discutir com a população o que é a prioridade. O que ela acha que deve ser feito primeiro, que a população participe de forma mais ativa”, destacou.
Plano de governo do candidato diz que ‘eleição é uma farsa’
Durante a sabatina na rádio Jovem Pan News, o candidato também foi questionado sobre uma parte do plano de governo onde destaca que ‘as eleições são uma farsa’. Segundo explicação de Samuel de Mattos, o processo não é democrático e nem todas as propostas chegam para a população.
“A gente acha uma farsa porque na nossa opinião não é um processo democrático. Há uma desigualdade muito grande de recursos entre os partidos, de espaço na TV para que a gente possa apresentar o que defendemos. Somos excluídos do tempo da propaganda eleitoral, então para gente é um jogo de cartas marcadas. E quem define essa lei são os partidos que já estão governando hoje. É uma lei que beneficia quem está no poder”, finalizou.
Confira a entrevista completa com Samuel de Mattos (PSTU):
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