Roberto Requião (Mobiliza) critica privatizações e promete ‘fulminar’ contratos
Ex-prefeito de Curitiba pretende voltar ao cargo com propostas que colocou em prática em antigas gestões: “Vamos acabar com a exploração”
O candidato à Prefeitura de Curitiba Roberto Requião (Mobiliza) pretende mudanças na gestão da capital paranaense, com menos privatizações. O ex-prefeito e ex-governador do Paraná, garante que a administração da cidade precisa ser focada na população e não em grupos econômicos, que tratam o povo com consumidores e só visam o lucro.
“Falta uma visão solidária e popular, falta solidariedade com o povo. São administrações voltadas aos negócios, a saúde está privatizada, as creches estão privatizadas, a privatização da educação já acontece pelo grupo político desde o próprio estado do Paraná, até a troca de lâmpada está privatiza […] eu vejo um desprezo das pessoas, acho que podemos mudar isso”, comentou Requião.
O candidato do Mobiliza criticou as propostas de concorrentes na disputa eleitoral, que segundo ele, visam a privatização de serviços considerados fundamentais. “Eu acho o Dudu Pimentel (Eduardo Pimentel) simpatiquinho, bem-educado. Mas o que eu posso dizer do que eles falam. O Ducci voltou a favor do Marco Temporal, para expulsar os índios das aldeias, votou pela privatização das praias, tem cabimento isso? Vão privatizar o Parque Barigui? Vão cobrar para você tomar um banho de mar? É o sistema que está errado”, declarou Requião.
Para Roberto Requião, alguns setores não podem ser privatizados em uma gestão pública. “Sou contra a privatização de setores estratégicos. A energia elétrica, por exemplo, a iniciativa privada, as indústrias e a qualidade da sua vida na sua casa dependem de uma energia elétrica barata, para você tomar um banho quente no inverno, para seus filhos terem uma lâmpada acesa para fazer a tarefa da escola. Se você privatiza a energia elétrica, ela se transforma em um chupa cabra da economia. Daí um pequeno grupo toma conta, diminui o investimento e aumenta a tarifa para aumentar o lucro”, concluiu.
Roberto Requião e a busca pelo melhor transporte público do país
Durante a sabatina da rádio Jovem Pan News, realizada nesta quinta-feira (19), Requião destacou que pretende mudar o contrato do transporte público de Curitiba – que termina no próximo ano – com o objetivo de melhorar o serviço e reduzir o custo para os passageiros.
“Quando eu fui prefeito eu fiz uma intervenção no transporte coletivo, criei a frota pública, acabei com os exageros da planilha, e reduzi a tarifa de Curitiba a condição da mais baixa do Brasil, com o melhor transporte. Isso acabou. Nós temos hoje a tarifa mais alta do Brasil com uma frota sucateada”, declarou Requião.
A redução do preço da passagem do transporte público de Curitiba, que atualmente é de R$ 6, aparece como uma das principais propostas de Requião. Segundo o candidato, é possível reduzir os valores.
“A impressão que eu tenho é que o transporte público financia as campanhas. Frota pública acaba com a depreciação do ônibus em favor do empresário. Eles depreciam o ônibus e ainda cobram um valor da manutenção, cobram duas vezes. Precisamos acabar com os exageros […] eu reduzo imediatamente a tarifa de ônibus, como fiz no passado. Revendo a planilha, introduzindo a frota pública progressivamente. O contrato em vigor acaba na metade do ano que vem. Um contrato ilegal tem que ser fulminado”
Construção de novos postos de saúde
Para a área da saúde, Roberto Requião acredita na construção de unidades de saúde e na formação continuada dos profissionais. Além disso, o candidato não aposta na privatização de serviços para reduzir as filas.
“A saúde de Curitiba é a pior dos últimos 40 anos, para cirurgia simples temos uma fila de 100 mil pessoas. Você vai fazer uma consulta, você precisa esperar seis meses, um ano. A privatização transforma cada unidade de saúde em um negócio. Se o negócio é teu, o que você quer? O lucro no fim do mês! Então você contrata o médico mais barato que for possível. Você não tem especialista, você tem que transformar a estrutura de saúde em uma estrutura que tenha formação continuada dos médicos, que eles sejam experimentados. Nós não temos hospital público municipal em Curitiba, precisamos construir. Não há dificuldade, é só querer. Acabar a exploração. Um posto de saúde não é para fulano ganhar dinheiro, é para servir a população, isso é extremamente fácil. Fazer o contrário do que estão fazendo”, comentou Requião.
Redução da carga tributária
O candidato do Mobiliza também promete reduzir as cargas tributárias, incluindo um congelamento no IPTU. “Em primeiro lugar temos que congelar imediatamente o IPTU, acabar com os aumentos. Nos últimos 10 anos, o IPTU de Curitiba subiu 346%. Sua vida melhorou, 346%? Você está vendo que isso é uma ilegalidade absoluta. Há 10 anos, o transporte de Curitiba, que já tinha sido alterado em relação ao que eu fiz, era o 15º mais caro, hoje é o mais caro do Brasil. Então estamos vendo uma falta de competência administrativa, e uma inclinação a favor de grupos econômicos a custa da população. Não vejo dificuldade alguma em resolver isso”, destacou Requião.
Requião e a relação com os partidos políticos
Durante a carreira política, o candidato de 83 anos passou cerca de quatro décadas no MDB, porém, em 2022 ingressou no PT e em março deste ano se filiou ao Mobiliza. As mudanças partidárias foram questionadas na sabatina, principalmente pelo fato do atual partido não ser maioria nos órgãos políticos.
“Fui governador três vezes, nunca tive maioria partidária na Alep e nunca perdi uma votação, porque eu respeitava cada deputado, conversava com todos eles e colocava programa. Eu nunca liberei emendinhas corruptas, eu fazia programa. Por exemplo, vou construir 200 escolas novas, tecnicamente as escolas precisam estar onde tem aluno, e não onde você imagina que conseguiria 10 votos”, explicou Requião.
Após a saída do PT, Requião disputa as eleições municipais com o presidente Lula apoiando outra chapa. Para o candidato, não há mágoas em relação ao tempo que esteve ao lado do presidente.
“Eu não tenho mágoa alguma de ninguém, eu simplesmente não concordo o que estão fazendo do Brasil. Ontem subiram de novo a taxa Selic do Banco Central, isso significa menos dinheiro para o comércio, menos desenvolvimento, menos industria. É erro atrás de erro. O Lula diz ser contra o aumento de juros, mas os quatro membros do Banco Central, nomeados por ele, votaram a favor. Estou decepcionado com tudo isso”, comentou.
O candidato ainda aproveitou para revelar o motivo de apoiar Lula nas últimas eleições presidenciais.
Eu não sou candidato do Lula, nem do Bolsonaro, nem da Lava-Jato, quero ser candidato do interesse do povo, como sempre fiz política. Eu apoiei o Lula na última eleição porque eu era contra a eleição do Guedes, o Guedes era o presidente, o Bolsonaro era um espécie de porta-estandarte do liberalismo econômico. Vendendo Copel, Eletrobras, desmoralizando e destrupindo a estrutura pública do Brasil e nos transformando em uma colônia de interesse. É isso que tem que mudar. Isso também acontece em Curitiba, se a gente não reagir agora, a prefeitura vai ser o instrumento da liberação absoluta e do sacrifício da população transformada em um consumidor a ser explorado no limite das suas possibilidades”, concluiu.
Confira a entrevista completa com Roberto Requião (Mobiliza):
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