Ratinho pode criar até 9 novas secretarias
O governador Ratinho Júnior (PSD) deve fechar ainda nesta semana o projeto de lei da reforma administrativa estadual. A expectativa é um aumento no número de secretarias, que poderão passar das atuais 15 para 24. A proposta deve chegar a Assembleia Legislativa (ALEP) na semana que vem. As mudanças devem conter o desmembramento de algumas secretarias, além da criação de outras. Deputados apostam que podem ser criados mais de 100 novos cargos de comissão para tocar essas pastas.
A possível “nominata” muda a cada conversa. O governador passou os últimos dias numa agenda intensa com partidos e políticos lhe fazendo pedidos. Mesmo com o tabuleiro indefinido, alguns nomes vão ganhando mais força.
A principal mudança será a criação da Secretaria de Governo, que será comandada pelo deputado estadual Guto Silva (PSD). Leal ao governador, Silva vai ser um super secretário, acumulando parte das funções da atual Casa Civil e acumulando responsabilidades da atual pasta do Planejamento, que poderá deixar de existir.
Em seu circulo mais próximo, Ratinho deve voltar a contar com seu ex-chefe de gabinete, Daniel Villas Bôas, que já foi nomeado como Superintendente Geral de Relações Institucionais. O atual diretor geral da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDU), Lúcio Tasso, poderá ocupar uma posição de destaque na Casa Civil.
As principais discussões giram em torno das poderosas Secretarias de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (SEDU) e Infraestrutura. Donas de grandes orçamentos e capilaridade em todo o Paraná, vários partidos e políticos pediram ao governador nas últimas semanas o comando das pastas. Não há decisão.
Mesmo com pedidos de deputados estaduais bem votados, a aposta de assessores próximos à Ratinho é que ele escolha alguém mais próximo a ele para SEDU. Já a Infraestrutura e Logística (SEIL) pode ficar com partidos aliados, mas a pasta poderá ser fatiada. O Departamento de Estradas de Rodagens e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), por exemplo, poderão ganhar mais autonomia e sair do guarda-chuva da SEIL.
Algumas pastas não deverão ter mudanças, é o caso da Saúde, que deve seguir no comando do deputado federal eleito Beto Preto (PSD) – o que abre caminho pro primeiro suplente do PSD, Rodrigo Estacho, ocupar uma cadeira na Câmara Federal -. A expectativa é que também sigam no cargo Renato Feder, na Educação, Norberto Ortigara, na Agricultura, Renê Garcia, na Fazenda, Wagner Mesquita, na Segurança e João Evaristo Debiasi, na Comunicação.
O deputado estadual Marcel Micheletto deve retornar para Administração e Previdência. Quem também pode retomar sua antiga função é o deputado estadual Márcio Nunes, para a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, que poderá ser desvinculada da área de turismo.
Rogério Carboni (MDB) deve seguir na Secretaria de Justiça, mas a pasta deve ser subdividia em três braços: Justiça, Trabalho e Família. Uma das cotadas para a área da Família é a deputada federal Leandre (PSD), o que resolveria a situação do deputado federal Reinhold Stephanes Junior (PSD), que ficou na segunda suplência da legenda do governador.
Poderá ser criada ainda a secretaria de Esporte e Turismo. Se discute ainda desvinculação da área da Cultura da Comunicação e que a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior volte a status de secretaria – hoje é uma superintendência -, mas não há batida de martelo sobre essas questões.
Oficialmente, a justificativa da proposta deve ressaltar que as mudanças são necessárias para adequar a gestão no segundo mandato de Ratinho. Entretanto, na prática, há a demanda de acomodar todos os aliados que colaboraram para a reeleição. Onze siglas. firmaram aliança com o governo o PP, Republicanos, Solidariedade, MDB, PL, PTB, União Brasil, PROS, PMB, Agir, além da federação formada por Cidadania e PSDB.