Procurador que quer processar Moro fez postagens sobre "Lula Livre" na internet
O procurador da República Emanuel Melo Ferreira é bastante ativo nas redes sociais. Lotado no Ministério Público Federal (MPF) em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte, ele utiliza contas do Twitter e Instagram para expressar sua opinião sobre diversos temas. Em março desse ano, por exemplo, ele repostou um post que ele mesmo fez há dois anos, sobre juristas estrangeiros que defendiam a libertação de Lula. Nas publicações que faz, sempre faz questão de deixar claro sua contrariedade ao trabalho o ex-juiz Sérgio Moro. Em abril do ano passado, por exemplo, divulgou uma montagem que mostra o ex-juiz da Lava Jato utilizando a máscara contra Covid-19 de maneira incorreta.
Veja a publicação:
Há poucos dias o procurador ganhou as manchetes nacionais ao assinar junto com o colega, Luís de Camões Lima Boaventura, uma ação civil pública em que pedem à União para “reparar danos morais coletivos causados pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e pelo então juiz Sérgio Moro”. A dupla diz que o ex-juiz e a então Força-Tarefa teriam feito “ofensas reiteradas e sistemáticas contra o regime democrático ao atuar em ofensa do devido processo legal e de modo inquisitivo”. O interessante que está não é a primeira vez que Ferreira tenta questionar o trabalho de Moro na justiça.
Em 2019, o procurador apresentou uma representação no MPF contra o então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. De forma inusitada, Ferreira, que também é professor Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, pediu, em princípio, a ele mesmo a abertura de uma investigação sobre possíveis “danos morais coletivos à imagem dos advogados, membros do Ministério Público e Juízes a partir da conduta inquisitiva levada a cabo pelo então Juiz Federal Sérgio Moro”. Meses depois, o procurador transformou a investigação aberta por ele mesmo em um inquérito civil contra Moro.
Na portaria assinada por Ferreira na época, ele argumenta que “conduta inquisitiva levada a cabo pelo então Juiz Federal Sérgio Moro”, seria o motivo da abertura do inquérito.