Veja as principais personalidades da política paranaense fora das Eleições 2024
Seja por falta de apoio eleitoral, novos projetos ou até mesmo um 'detox' da política, alguns 'figurões' serão espectadores neste ano
O prazo final para o registro de candidaturas para as Eleições 2024 se encerra na próxima quinta-feira (15), mas algumas personalidades da política do Paraná já confirmaram estar fora das disputas.
Veja abaixo os dez principais nomes que não estarão nas urnas no dia 6 de outubro:
Beto Richa (PSDB)
O deputado federal desistiu oficialmente da disputa à Prefeitura de Curitiba na última segunda-feira (5), durante convenção partidária da federação formada pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Cidadania.
Richa justificou a desistência devido ao pouco tempo na propaganda eleitoral de Rádio e TV. Estimativa do candidato apontou que o deputado federal teria 30 segundos de exposição ao público.
“Talvez, de todos que se apresentaram, não sei se tinha algum pré-candidato com mais vontade de disputar esta eleição do que eu. Só que, nas condições adversas, fica muito restrita a nossa participação, além dessa situação do pouco espaço na televisão e no rádio para apresentar as propostas”, disse Richa no evento.
A candidatura de Richa enfrentou resistência dentro da federação. O Cidadania compõe a base de Rafael Greca (PSD) na Câmara dos Vereadores de Curitiba e irá apoiar Eduardo Pimentel (PSD) neste ano. O deputado federal disse que irá se manter “neutro” na disputa.
O deputado federal é filho de José Richa, ex-governador do Paraná, e iniciou a carreira política em 1994, quando foi eleito deputado estadual. Reeleito quatro anos depois, se licenciou do mandato para ser vice na chapa de Cássio Taniguchi à Prefeitura de Curitiba em 2000.
Richa foi cabeça de chapa à Prefeitura em 2004 e venceu a disputa em Curitiba, sendo reeleito na eleição seguinte. Em 2010, renunciou ao cargo para concorrer ao cargo de governador – função que ocupou por dois mandatos consecutivos, entre 2011 e 2018.
Após ser derrotado na disputa por uma vaga no Senado Federal em 2018, Richa conseguiu ser eleito deputado federal em 2022 – cargo que ocupa até os dias atuais.
Deltan Dallagnol (NOVO)
O reformado procurador da República que coordenou a Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba era pré-candidato à Prefeitura de Curitiba, mas decidiu desistir da disputa em maio deste ano.
Deltan deixou o Podemos e se filiou ao Partido Novo em 2023, após ter tido o mandato como deputado federal cassado por decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Novo declarou na época que o ex-jurista não teve os direitos políticos cassados e por isso poderia concorrer normalmente a qualquer cargo público.
Mas Deltan desistiu da disputa sob justificativa de se dedicar a outros projetos políticos, entre eles auxiliar os candidatos do Novo nas disputas eleitorais pelo país.
“Diante de uma escolha muito difícil pra mim, eu venho hoje compartilhar com vocês a minha decisão de não concorrer à Prefeitura de Curitiba nas próximas eleições municipais […] Eu sinto que minha missão nesse momento vai além de Curitiba e que eu posso contribuir de forma mais ampla pra renovação política”, declarou Deltan nas redes sociais.
Após anunciar a desistência, Deltan confirmou que seguiria a decisão do Novo em apoiar a candidatura de Eduardo Pimentel.
Mas segundo reportagem do jornal O Globo, o senador e ex-colega de Deltan na Lava Jato, Sérgio Moro (UNIÃO), procurou Deltan para fechar apoio em torno da chapa de Ney Leprevost e Rosângela Moro. O contato não teve desfecho positivo, porque o ex-jurista manteve a posição de apoiar Pimentel.
Homero Marquese (NOVO)
Assim como Deltan, Marquese também se filiou ao Partido Novo com foco nas eleições municipais deste ano. Mas na última segunda-feira (5), o ex-deputado estadual anunciou a desistência do pleito pela Prefeitura de Maringá.
Marquese utilizou as redes sociais para apresentar as justificativas pela desistência. “Tentamos até o último minuto uma coligação com gente honesta que nos desse musculatura, mas não conseguimos”, pontuou.
Segundo contas feitas por Marquese, a candidatura do Novo em Maringá teria apenas 12 segundos de tempo na propaganda eleitoral de Rádio e TV. Além disso, o ex-deputado estadual apontou que os debates eleitorais foram “cancelados um a um” pelas emissoras da Cidade Canção.
“Não gostaria de deixar a política, mas se as eleições de 2022 tiverem sido as últimas, fico sinceramente com o sentimento de cumprimento da missão, pois trabalhei muito para honrar nossa população”, completou Marquese na nota.
Marquese iniciou a carreira política em 2014, quando filiado ao PV não conseguiu ser eleito para o cargo de deputado estadual. Dois anos depois, foi eleito o vereador com mais votos na história de Maringá até então, com 6.573 votos.
Mas em 2018, Marquese tentou novamente ser eleito deputado estadual – dessa vez pelo PROS, e conseguiu ser eleito. Só que na tentativa de reeleição em 2022, ficou apenas como segundo suplente do Republicanos.
- Leia Mais: Pimentel é duas vezes mais acionado que maioria dos candidatos em 1º debate de Curitiba
- Pessoas em situação de rua preocupam candidatos à Prefeitura de Curitiba
- Candidatos à Prefeitura de Curitiba destacam propostas ao transporte público em debate
Delegado Jacovós (PL)
Delegado Jacovós também era pré-candidato à Prefeitura de Maringá, mas no dia 5 de junho, o deputado estadual declarou que iria abdicar da disputa e apoiar o ex-prefeito da Cidade Canção Silvio Barros (PP).
A decisão é curiosa porque ‘quebra’ o apoio velado dos candidatos do PSD de Ratinho Junior e do PL de Jair Bolsonaro. Jacovós, inclusive, era cotado para receber o apoio do governador do Paraná, que decidiu lançar a candidatura própria do partido com Eduardo Scabora (PSD).
Um fator importante para essa aliança entre PP e PL foi a presença do secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Estado do Paraná, Ricardo Barros (PP), nas negociações.
Barros é irmão de Silvio e próximo de Bolsonaro e de Waldemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, e de Fernando Giacobo, deputado federal e presidente estadual do PL. Para sacramentar a chapa, Sandra Jacovós, esposa do deputado estadual, foi nomeada vice na chapa do PP em Maringá.
“O pré-candidato Silvio Barros ponderou em suas reuniões nos bairros de Maringá, observou e ouviu que uma das principais preocupações dos maringaenses estaria relacionada à segurança. Esta área será uma das prioridades numa futura gestão, principalmente, integrada com a ação social”, pontuou Jacovós em nota nas redes sociais.
Jacovós iniciou a carreira política em 2018, quando se filiou ao PR (atual PL) para disputar o cargo de deputado estadual. O delegado conseguiu a reeleição em 2022 e atualmente também ocupa o cargo de presidente do PL Maringá.
Gustavo Fruet (PDT)
Ao contrário de outros nomes dessa lista, Fruet em nenhum momento apresentou publicamente desejo de concorrer a um cargo público nas eleições deste ano.
Após não conseguir a reeleição como deputado federal em 2022, o ex-prefeito de Curitiba também deixou a Presidência do Diretório do PDT em Curitiba em 2023- cargo que ocupou por dez anos, sendo substituído por Ana Moro.
Sem confirmar a aposentadoria da vida pública, Fruet tem no currículo três mandatos como deputado federal (dois pelo PSDB e um pelo PDT), um como deputado estadual e outro como vereador pelo PMDB, além da vitória nas eleições de 2012 à Prefeitura de Curitiba pelo PDT.
Fruet ainda foi derrotado nas eleições de 2010 quando tentava uma vaga no Senado Federal – ficando atrás de Gleisi Hofmann e Roberto Requião naquela disputa. Já em 2016, o então prefeito de Curitiba sequer chegou ao segundo turno na tentativa de reeleição, sendo sucedido no mandato por Rafael Greca.
Alvaro Dias (PODE)
Assim como Fruet, desde a derrota nas eleições de 2022, Dias não se manifestou publicamente sobre o futuro da carreira política.
Em entrevista ao jornal Folha de Londrina, Dias chegou a declarar que tinha uma “indisposição” para retornar à vida pública.
“Há uma indisposição a um eventual retorno, mas não quero tomar uma decisão precipitada. Essa indisposição é resultante dessa dicotomia com a qual não me conformo. Não podem existir somente dois livros para serem lidos, o da direita e o da esquerda. Existem espaço para outras correntes”, disse na entrevista ao jornal.
Em 2022, Dias tentava ser reeleito para o quarto mandato consecutivo como senador, mas foi superado por Sérgio Moro na disputa. Anteriormente em 2018, disputou as eleições presidenciais e não chegou ao segundo turno.
A carreira política de Dias foi iniciada em 1968, quando foi eleito vereador em Londrina. Deixou o cargo dois anos depois para disputar e ganhar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná.
Dias ainda seria eleito para mandatos como deputado federal e senador nas décadas de 1970 e 1980, tendo vencido em 1986 a disputa com Alencar Furtado para ser nomeado governador do Paraná.
Mas Dias seria derrotado nas próximas duas tentativas ao Palácio Iguaçu. Em 1994 para Jaime Lerner e em 2002 para Roberto Requião.
João Arruda (MDB)
Sobrinho de Roberto Requião e genro do empresário Joel Malucelli, Arruda não disputou mais eleições desde que foi derrotado na disputa pela Prefeitura de Curitiba em 2020.
Arruda iniciou a carreira política em 2010, quando foi eleito deputado federal pelo MDB – única legenda que representou na vida pública. Quatro anos depois, conseguiu a reeleição ao cargo.
No Congresso Federal, o deputado chegou a ser nomeado pelo MDB como vice-líder da legenda na Câmara dos Deputados.
Após os dois mandatos como deputado federal, Arruda foi escolhido pelo MDB para disputar o cargo de governador do Paraná em 2018. Mas o candidato ficou atrás de Ratinho Junior e Cida Borghetti e não avançou ao segundo turno daquela eleição.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui.