Greca insiste em Marilza, mas PSD define que Paulo Martins será vice de Pimentel

Acordo entre PSD e PL dá certo e bolsonarismo vai mesmo apoiar Eduardo Pimentel na disputa pela prefeitura de Curitiba em outubro

Publicado em 1 jul 2024, às 12h05. Atualizado às 12h07.

O prefeito de Curitiba Rafael Greca (PSD) tem insistido nos bastidores para que a candidatura governista para sua sucessão seja mais “Curitiba” e menos “Brasília”. O atual chefe do executivo da capital quer ver uma chapa pura de afilhados do seu governo. O cenário ideal para Greca seria ver o seu vice Eduardo Pimentel (PSD) como o 83º prefeito da cidade e a ex-secretária de Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias (Republicanos), como vice.

Acordo entre PSD e PL dá certo e bolsonarismo vai mesmo apoiar Eduardo Pimentel (Foto: Reprodução)

Greca chegou a externalizar o seu desinteresse por uma chapa com o PL no último sábado (29), durante a entrega da revitalização do Parque do Pirata Zulmiro, dentro do Bosque Gutierrez, no bairro Boa Vista. Em entrevista à jornalistas, Greca reforçou a vontade de ter a ex-secretária compondo chapa com Pimentel.

“Eu gosto muito da Marilza. Ela tem a pegada da sustentabilidade. Por isso que eu pedi que ela saísse da secretaria para também estar habilidade a ser a nossa vice-prefeita”, disse o gestor.

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Mas, como querer nem sempre é poder, o próprio Greca chegou a reforçar que não dependia apenas dele a indicação do vice. “Os partidos é que vão decidir a composição da chapa que será liderada pelo Eduardo Pimentel. Eu, por enquanto, vou esperar para ver o que acontece”.

Bolsonarismo e PSD lado a lado no Paraná

E, apesar da insatisfação do curitibinha mais curitiboca destas terras, o PSD já tem um plano confirmado para a disputa em Curitiba: o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) vai se descompatibilizar do cargo de assessor da governadoria na próxima quarta-feira (3) para ser anunciado, na sequência, como o escolhido como pré-candidato à vice na chapa de Eduardo Pimentel.

Martins é um dos nomes fortes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Paraná e fez parte de um grande acordo entre o governador Ratinho Junior (PSD) e o próprio Bolsonaro, que devem estar lado a lado em palanques por todo estado, principalmente nas maiores cidades, como Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu.

Dentro do próprio PL, a insatisfação de Greca é vista com menosprezo e sem qualquer relevância para minar o acordo. “É natural que ele tenha as suas preferências. É questão interna do PSD discutir com quem vai se aliar, assim como o PL tem a mesma discussão”, disse, sob reservas, uma das principais lideranças bolsonaristas no Paraná. Outro político importante assegura que Paulo Martins será mesmo o vice de Pimentel no pleito de outubro “O PL terá a vice e o Bolsonaro estará com o PL, que é o partido dele”.

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Com o martelo batido e a aliança fechada, os partidos PSD e PL celebram algumas boas perspectivas para o futuro. Com Paulo Martins na vice-prefeitura, o caminho para o senado em 2026 estaria aberto para o governador Ratinho Junior e também para o deputado federal Filipe Barros (PL), o líder da oposição na Câmara dos Deputados. Por outro lado, as duas legendas se distanciam do senador Sergio Moro (União Brasil), que deve disputar o Palácio Iguaçu em 2026.

Além de tudo isso, o ratismo e o bolsonarismo asseguraram maior tempo de tv e rádio e, principalmente, dinheiro para o aspirante a prefeito Eduardo Pimentel.

Curitiba deve ficar concentrada em quatro candidaturas

Com as decisões caminhando para o óbvio, Curitiba será palco de uma disputa de um museu de grandes novidades: Eduardo Pimentel será o candidato governista; as esquerdas se juntarão em torno do deputado federal Luciano Ducci (PSB), que já foi prefeito, inclusive; o também ex-prefeito, ex-governador e hoje deputado federal Beto Richa (PSDB) corre por fora tentando resgatar o saudosismo dos “bons tempos” da cidade; e o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), principal adversário de Greca em 2016, insiste em fazer uma campanha em voo solo na tentativa de obter o mesmo destaque e sucesso de oito anos atrás.

Além dos quatro “focos”, a cidade ainda deve contar com a candidatura do ex-prefeito de Pinhais, Luizão Goulart (Solidariedade) e da professora Andrea Caldas (PSOL). E mesmo sem tempo de TV e rádio, o ex-governador Roberto Requião (Mobiliza) deve se lançar como alternativa à esquerda, já no espectro mais à direita vem a jornalista Cristina Graeml (PMB).

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