Leprevost acusa Moro de usar R$ 230 mil do fundo eleitoral para promoção pessoal
Candidato derrotado à Prefeitura de Curitiba chamou o senador de "traidor" e "lacrador de redes sociais"; O ex-juiz preferiu não comentar
A briga pública entre o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) e o senador Sergio Moro (União Brasil) ganhou um novo capítulo com acusações de uso do dinheiro público na tarde desta quarta-feira (16). Em reação à postagem do ex-juiz o criticando, Leprevost afirmou que Moro é um “traidor” e que o esposo de Rosangela Moro (União Brasil) utilizou R$ 230 mil do fundo eleitoral para promoção pessoal da então candidata a vice, sem qualquer vínculo com a campanha.
Ney Leprevost ficou em 4º colocado no primeiro turno da disputa pela Prefeitura de Curitiba, ao receber 60 mil votos. Número bem abaixo dos mais de 219 mil votos que recebeu em 2016, quando conseguiu chegar ao 2º turno.
Sem grandes apoios para disputar a prefeitura, Ney se aproximou do senador Moro durante a pré-campanha e anunciou a deputada federal por São Paulo Rosângela Moro como sua vice.
Após uma entrevista de Ney à Folha de S. Paulo e uma resposta de Moro na plataforma X, o deputado estadual voltou a se manifestar chamando Moro de traidor contumaz, citando entre os supostos traídos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-senador Alvaro Dias (Podemos), eleitores, apoiadores da Lava Jato e até a própria esposa, ao abandonar a campanha dela à vice-prefeita da capital.
Leprevost também fez acusações de uso do dinheiro eleitoral para promoção pessoal sem qualquer vínculo com a disputa. “Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44”, disse o político.
Procurada, a assessoria de Sergio Moro preferiu não comentar a nova manifestação de Ney Leprevost.
Confira a nota de Ney Leprevost
“Em resposta aos ataques rasteiros e injustificados proferidos contra mim, e sem o menor cabimento também a familiar meu, pelo senhor Sérgio Moro , tenho a declarar, após buscar informações com diversas fontes jornalísticas e rememorar fatos, conclui que:
- Este senhor é um traidor contumaz.
- Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político.
- Traiu as Leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus e escutas telefônicas de legalidade questionável.
- Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro.
- Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação.
- Traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente.
- Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral.
- Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando- se candidato de última hora contra ele.
- Traiu seus eleitores de direita votando no ministro Flávio Dino para o STF.
- Traiu sua querida esposa colocando- a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão.
- Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44.
- Me traiu ao plantar ao longo da campanha diversas notas na imprensa nacional com objetivo de desestabilizar minha candidatura.
- Traiu a pátria ao fazer um “acordão” através dos senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre.
Senador Sérgio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas.
Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira.
De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou – se e se transformou em um mero ‘lacrador’ de redes sociais.
Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu.
Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro.
A toda boa gente do Paraná, meu muito obrigado pela milhares de manifestações de solidariedade no dia de hoje. Tenham a certeza absoluta que minha vida pública vai continuar pautada na defesa da liberdade e nos princípios éticos e humanistas que meu detrator chama de ‘velhos’.
Que Deus nos proteja do mal!“
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