Na data em que o Brasil ultrapassa a marca de 100 mil mortos pela covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), só usou as redes sociais, até a metade desta tarde de sábado, 8, para interagir com apoiadores, divulgar ações do governo e destacar o número de pacientes já recuperados.
Enquanto Bolsonaro se concentrou nos números de recuperados, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) decretaram luto oficial em homenagem às vítimas que perderam a vida pela covid-19 no País. “Hoje é um dos dias mais tristes da nossa história recente”, declarou o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Isso é algo que jamais pode ser restituído ou compensado”, afirmou o presidente do STF, Dias Toffoli.
O presidente da República compartilhou no Instagram publicação de site alinhado ao governo sobre os 2 milhões de recuperados da infecção pela covid-19 no País. Bolsonaro também mostrou vídeos de viagens recentes que fez ao à Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul. As imagens mostram aglomerações de apoiadores na chegada do presidente, contrariando recomendações de autoridades de saúde.
No Facebook, Bolsonaro repetiu que não deseja participar de articulações no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Nos comentários da publicação, o presidente mandou um “abraço” a Mão Santa (DEM), prefeito de Parnaíba, e desejou sorte a uma apoiadora que disse ser pré-candidata a vereadora.
Filho “02” de Bolsonaro, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) comentou publicação de um apoiador que sugeriu distorções sobre dados da covid-19, pois haveria uma queda de mortos por pneumonia em 2020. “Muito curioso, não?”, escreveu o vereador.
Pouco antes, Carlos havia reagido a uma notícia que afirmava que o contágio da doença não subiu após a reabertura de escolas na Europa. “Mais uma vez utilizam uma linha politicamente correta ignorando os fatos para verem até onde podem te humilhar e então aplicar o plano de poder tão desejado. No fim, o cidadão ainda agradece a migalha oferecida pelo estado! (sic.)”, afirmou filho do presidente.
Bolsonaro já havia mencionado que o País se aproximava de 100 mil mortos, em transmissão nas redes sociais na quinta-feira, 6. Ao lado do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, o presidente disse que era preciso “tocar a vida”, apesar das vítimas. “A gente lamenta todas as mortes, está chegando a 100 mil, vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar desse problema”, afirmou.