Moro revela que Bolsonaro comemorou quando Lula foi solto
O ex-juiz Sergio Moro revelou nesta quinta-feira (2), durante entrevista ao Jornal da Manhã Paraná, da Jovem Pan, detalhes sobre o fim da execução em 2ª instância. De acordo com o ex-ministro, Bolsonaro não ajudou a manter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e comemorou quando a revisão permitiu a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O presidente não fez nada. E na verdade, o que a gente sabia, é que o Planalto, o presidente comemorou quando Lula foi solto, em 2019. Porque ele entendia que aquilo beneficiava ele eleitoralmente. Então ele não trabalhou para manter a execução em 2ª Instância. Inclusive na época, o filho dele fez um tweet falando sobre execução e o presidente mandou apagar. Foi um episódio constrangedor”, contou.
A execução em 2ª instância foi aprovada em 2016, com o objetivo de diminuir a impunidade de crimes em geral. Entretanto, em 2019, a decisão foi revista e o STF decidiu pelo fim da prisão em 2ª instância. “Respeito o Supremo, mas foi uma decisão errada”, comentou Moro.
“Depois que o Supremo reviu essa decisão eu trabalhei junto ao congresso por uma emenda constitucional e por um projeto de lei, para restabelecer a execução em 2ª Instância. Não adianta ficar reclamando, tem que construir e foi o que eu fiz”,
reforçou o ex-juiz.
Diante da falta de apoio do presidente, Moro pontuou que Bolsonaro possui problemas com a justiça. “Ele tem alguns problemas na justiça e abandonou por completo o combate à corrupção, não dá a menor importância para esses temas. Ele traiu o eleitor de 2018 que confiou nele”, declarou.
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Para Moro, a luta pela execução em 2ª instância segue e o apoio da população é fundamental.
“Importante olhar para o futuro. A PEC da 2ª instância está para ser votada na CCJ da Câmara na semana que vem, e a sociedade brasileira tem que se mobilizar para que ela seja aprovada e para que isso seja votado no próximo ano. Para que tenhamos de volta a execução em 2ª instância”,
finalizou.