Moro nega ter prestado serviço à Odebrecht
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) – O pré-candidato à Presidência da República Sergio Moro (Podemos) rejeitou, nesta sexta-feira (28), suspeitas de suposto tráfico de influência, revelou os pagamentos recebidos por consultoria prestada e aproveitou para desafiar adversários políticos a abrirem suas contas.
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do presidente Jair Bolsonaro, e ex-juiz de processos que levaram à condenação, já anulada, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Moro é alvo de um processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre eventual conflito de interesses em sua atuação em empresa de consultoria internacional que prestou serviços no processo de recuperação judicial da Odebrecht e da OAS.
“Eu não devo nada, tenho a consciência tranquila e absoluta transparência. Agora, a grande questão é essa, vamos ver quem faz a mesma coisa”,
disse o pré-candidato em transmissão ao vivo em redes sociais.
Moro desafiou Lula, por exemplo, a revelar quanto recebeu por palestras de empresas envolvidas na Lava Jato. No caso de Bolsonaro, sugeriu que ele abrisse as contas relacionadas ao que ficou conhecido como “rachadinha”, o esquema de desvio de salários de assessores parlamentares.
“Se exigiram de mim ser transparente, que o Lula e o Bolsonaro sejam transparentes também: em rachadinha, em contas lá dos gabinetes, em contas do sítio de Atibaia e as contas das palestras recebidas pelo Lula. Vamos abrir a campanha #abre as contas Bolso-Lula”,
defendeu o pré-candidato.
Ao apresentar os pagamentos recebidos pela empresa de consultoria Alvarez & Marsal – 45 mil dólares mensais e um bônus de contratação de 150 mil dólares – , Moro ressaltou que tratam-se de montantes brutos e sem descontos.
Também aproveitou para referir-se ao processo do TCU como um abuso e não ter prestado serviço à empresa investigada pela Lava Jato.
“Eu não prestei nenhum serviço para a Odebrecht. Eu nunca trabalhei para a Odebrecht, na verdade eu desmantelei o império de corrupção da Odebrecht”,
disse.