Moro afirma que anulação da condenação de José Dirceu é política

O ex-ministro da Casa Civil teve as acusações contra ele anuladas pelo ministro Gilmar Mendes na última segunda-feira (30)

por Jorge de Sousa
Com informações de Rafaela Moron
Publicado em 30 out 2024, às 18h13. Atualizado às 19h27.

O senador Sergio Moro (UNIÃO-PR) afirmou nesta quarta-feira (30), que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em anular a condenação de José Dirceu é “política” e “sem justificativa”.

Moro afirma que anulação da condenação de José Dirceu é decisão política
Sergio Moro é senador do Paraná pelo União Brasil. (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

“Isso que tem acontecido não tem nada a ver com Direito ou Justiça. No momento em que todas as delações ocorreram, nenhum Tribunal se manifestou que havia tido uma condenação injusta. No caso do José Dirceu, nós temos registro documental que comprova suborno em benefício dele”, pontuou Moro em entrevista a Rafaela Moron, no Ponto de Vista, da Jovem Pan News Curitiba.

Na última segunda-feira (28), José Dirceu teve todos os atos condenatórios no âmbito da Operação Lava Jato anulados pelo ministro do STF Gilmar Mendes. A justificativa dada por Mendes é a suspeição de parcialidade de Moro, enquanto juiz federal responsável pela operação, em julgar esses processos.

Moro rebateu que desde o início do terceiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, há um sentimento de “revanchismo” contra a Lava Jato e o combate à corrupção no Brasil.

“Como não há condições de negar os fatos eles inventam uma narrativa de perseguição política e nulidades no processo. Então as condenações não foram anuladas com a condição dos acusados serem inocentes. Vemos uma revanche do sistema político que quer de volta a impunidade e corrupção”, prossegue o senador.

Dentro desse cenário, Moro aponta que até mesmo o Poder Judiciário tem apresentado uma “deterioração” desde que Lula reassumiu a presidência.

“Nós somos um país com uma enorme potencialidade, mas vemos a todo momento a nossa fragilidade institucional, inclusive nas instituições do Judiciário. E o grande culpado disso é o Governo Lula. É um governo que abençoa a desestruturação do combate à corrupção”, completou Moro.

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Moro alia baixo desempenho do PT nas eleições com corrupção

O senador ainda apontou uma relação do baixo desempenho do PT nas eleições municipais deste ano com os casos de corrupção no partido.

“Nós estamos vendo essas reações nas eleições. As pessoas sabem o que aconteceu nos governos do PT e o PT foi o maior derrotado das Eleições 2024. O PT conseguiu três prefeituras no Paraná, todas cidades com menos de dez mil habitantes. O PT não consegue justificar a corrupção e os cidadãos estão dando essa lição para eles”, explicou Moro.

O PT disputou 13 prefeituras nacionais no segundo turno das Eleições 2024, mas venceu em apenas quatro. Na comparação com 2020, a legenda, no entanto, cresceu 36% em prefeitos eleitos.

No primeiro turno, o PT conquistou 248 prefeituras, sendo 50 no Piauí, 49 na Bahia, 46 no Ceará, 35 em Minas Gerais e 19 no Rio Grande do Sul.

Quatro anos atrás, a legenda havia eleito 184 prefeitos. Na comparação com os demais partidos, apenas o PSD, o PL e o Republicanos conquistaram maior crescimento na comparação entre as eleições que o PT.

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