Lula visita Paraná durante campanha e diz que cadeia o fez aprender a amar Curitiba
O ex-presidente e candidato à Presidência do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve em Curitiba neste sábado (17), na Boca Maldita, no Centro, para comício. O ato contou ainda com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, dos candidatos ao governo do Paraná pelo partido, Roberto Requião, candidato a governador, e Jorge Samek, candidato a vice-governador, e a candidata ao Senado da coligação, Rosane Ferreira (PV).
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No início do discurso, Lula afirmou que não tem raiva de Curitiba, apesar de ter sido preso na capital paranaense, já que foi aqui que ele conheceu a esposa, Rosângela Silva, conhecida como Janja. “A cadeia me fez aprender a amar Curitiba, porque foi aqui que eu conheci a Janja e foi aqui que nós decidimos nos casar. Então eu tenho gratidão por Curitiba, eu tenho respeito e muito mais carinho pelos homens e mulheres deste estado, que não mediram esforços para ficar 580 dias pedindo a minha liberdade”, disse.
Durante o comício, Lula apoiou a candidatura de Requião, afirmando que ele é a melhor opção para o Governo do Paraná e que, se votasse no estado, o escolheria como governador: “Existem poucos cidadãos com o caráter, com a honradez e com o compromisso com o povo mais necessitado do que o companheiro Requião. […] Eu fiquei muito triste quando o Requião não se elegeu senador, porque qualquer cidadão que tiver o mínimo de comportamento decente neste mundo sabe que ele é um dos melhores senadores de toda a história do nosso país”.
Lula ainda destacou as diferenças sociais que, segundo ele, foram acentuadas durante a pandemia e o governo de Jair Bolsonaro, atual presidente. “Com dois anos de pandemia, quem podia, quem tinha computador, quem tinha internet, podia continuar tendo aula. E a maioria do povo que não tem nem o que comer, está dois anos mais atrasado que a outra parte da sociedade”, citou.
O candidato comentou sobre o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta sexta-feira (16), disse que a Educação está prejudicada e que esse será um dos principais investimentos de seu governo, com escolas integrais e reforço das políticas públicas voltadas ao acesso às universidades. “O Prouni vai voltar com força, o Fies vai voltar com força, porque não existe exemplo, na história da humanidade, em nenhum país, que se desenvolveu sem antes investir na Educação”, argumentou.
Em seguida, o candidato falou sobre as ações para acabar com a fome no Brasil, que pretende aumentar o salário mínimo e elevar padrão social e poder de compra da população. Também, defendeu a liberdade de gênero e a inclusão das minorias no mercado de trabalho e nas universidades, o fim da violência contra as mulheres e a garantia do respeito por todas as religiões.
Como uma das primeiras ações, Lula afirmou que, caso eleito, pretende convocar uma reunião com os governadores de todos os Estados do Brasil para identificar os problemas de cada um nas áreas de Educação, Saúde e Infraestrutura, e depois se encontrar também com os prefeitos para dar mais qualidade de vida às pessoas.
O candidato adiantou que se for presidente irá voltar com os Ministérios extinguidos pelo governo atual. “Vai voltar o Ministério da Mulher, o Ministério da Igualdade Racial, nós vamos criar o Ministério dos Povos Originários e os indígenas vão ter direito de ter um Ministério e cuidar da sua própria terra. Nós queremos dizer que o Ministério da Cultura vai voltar e cada capital vai ter um comitê cultural, se preparem artistas do Paraná”, chamou ele.
Durante a fala, Lula disse que não irá mais permitir desmatamento e garimpo ilegal na Amazônia. O ex-presidente citou ainda que a Polícia Federal deverá atuar no combate ao narcotráfico no país e que as Forças Armadas terão um papel nobre para garantir a segurança do Brasil contra inimigos externos, e não envolvida com a fiscalização de urnas eletrônicas.