Líder de Greca reconhece ineficiência do transporte coletivo, mas defende aumento da passagem

Em meio a crise política em torno do aumento da tarifa do transporte coletivo de Curitiba, o líder do prefeito Rafael Greca (PSD) na Câmara Municipal de Curitiba, vereador Tico Kuzma (SD), reconheceu os problemas do sistema de nesta quinta-feira, 02. O parlamentar lembrou que os ônibus lotados não oferecem conforto aos usuários, mesmo assim, defendeu o aumento das passagens.

“Nós sabemos, todos os vereadores aqui sabem, das dificuldades do trabalhador. É muito difícil, levantar cedo, pegar o seu ônibus, muitas vezes lotado, se deslocar até seu local de trabalho, almoçar no seu local de trabalho e voltar no final da tarde e ainda ter que pagar uma passagem”, sustentou Kuzma na tribuna da casa.

Quase no fim da fala, o líder defendeu timidamente o aumento de 9% na tarifa. “A cidade também que equacionar o seu orçamento e os seus problemas”, justificou.

Vários vereadores da base de Greca relataram à coluna que ficaram confusos com a fala de Kuzma. Eles cobram uma postura mais incisiva do líder do prefeito em temas polêmicos. Lembram que devem enfrentar em breve discussões importantes com os servidores públicos municipais, e que precisam contar com orientações firmes e uma base sólida de defesa dos projetos para votarem com o Palácio 29 de março.

Parlamentares entram na justiça contra o reajuste

Parlamentares da federação PT, PV e PCdoB tentaram adiar o aumento da tarifa do transporte público por meio de um pedido de liminar. O deputado estadual Goura (PV) e os vereadores Ângelo Vanhoni (PT), Professora Josete (PT), Giorgia Prates (PT) e Maria Letícia (PV), alegaram que a população não foi informada previamente sobre o reajuste.

Na ação, os parlamentares pediam a suspensão imediata do aumento, mas a juíza Thalita Bizerril negou o pedido e o grupo entrou com recurso. Goura e os vereadores também pediram providências ao PROCON e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Um procedimento administrativo foi aberto pelo PROCON para apurar a falta de divulgação antecipada a respeito do aumento da tarifa. Apesar de o presidente da URBS, responsável pelo transporte coletivo em Curitiba, ter anunciado que os créditos nos cartões valeriam por mais 30 dias, muitos usuários ficaram surpresos com a informação de que seus cartões não tinham saldo suficiente para pagar passagem.

O PROCON alerta que os procedimentos podem resultar em multas com potencial para chegar a R$ 12 milhões.