Lançamentos da conta corrente de Márcia de Oliveira Aguiar revelam outros repasses da ‘família Queiroz’ à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Movimentações do extrato bancário de Márcia, anexados à investigação sobre suposto esquema de ‘rachadinha’ no gabinete do senador Flávio Bolsonaro enquanto era deputado estadual no Rio, registram que seis cheques da mulher do ex-assessor Fabrício Queiroz foram compensados em favor da mulher do presidente Jair Bolsonaro em 2011, totalizando R$ 17 mil.
O detalhamento dos depósitos de Márcia em nome de Michelle foi revelado pela Revista Crusoé nesta sexta, 7, e confirmado pelo Estadão.
Segundo o extrato de uma conta mantida pela mulher de Queiroz no Itaú, os cheques em favor de Michelle Bolsonaro foram compensados em janeiro, fevereiro, abril, maio e junho (dois) de 2011. O primeiro tinha o menor valor, de R$ 2 mil. Já os outros cinco eram cheques de R$ 3 mil.
Meses depois, a conta de Michelle recebeu valores de Queiroz. Três cheques de R$ 3 mil do ex-assessor parlamentar do filho 01 do presidente foram compensados na conta da primeira-dama em outubro, novembro e dezembro.
Tais repasses são apenas parte das movimentações que ligam a mulher de Bolsonaro e Queiroz. Além deles, foram identificados outros 19 cheques de Queiroz que chegaram à conta de Michelle. 21 ao todo, somando R$ 72 mil.
Queiroz, é apontado como suposto operador financeiro de esquema de ‘rachadinha’ instalado no gabinete do senador Flávio Bolsonaro à época em que era deputado estadual no Rio. Ele foi preso preventivamente em junho, mas hoje está em domiciliar por ordem do ministro João Otávio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça.
Sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, também está em prisão domiciliar. Ao contrário de Queiroz, ela se entregou às autoridades, mas só depois de passar dias foragida. Após a decisão de Noronha, voltou para casa.
No último dia 30, a Procuradoria-Geral da República solicitou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o restabelecimento da prisão do casal. Segundo o subprocurador-geral da República Roberto Luíz Oppermann Thomé, autor do pedido, o retorno dos investigados à prisão é necessário para ‘resgatar a dignidade da função jurisdicional e o respeito devido às decisões prolatadas por juízos competentes e o bom nome e conceito da Justiça’.
COM A PALAVRA, MICHELLE BOLSONARO
A reportagem entrou em contato por e-mail com a Assessoria de Imprensa da Presidência da República e, até a publicação desta matéria, ainda não havia recebido uma resposta. O espaço está aberto a manifestações.