Governo se reúne para discutir carreiras e reajustes para forças policiais federais
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro convocou nesta terça-feira (14) uma reunião entre a equipe econômica e as direções da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Agentes Penitenciários federais para tratar de reivindicações das categorias, que têm cobrado promessas do governo.
“Temos que valorizar vocês. Não podemos ficar nos discursos e promessas“, disse Bolsonaro durante evento com os policiais rodoviários no Palácio do Planalto.
Inicialmente apoiado pelas categorias, Bolsonaro tem visto a rejeição a seu nome crescer entre membros de forças de segurança. Os policiais cobram promessas feitas durante a campanha e no início do governo que não foram cumpridas, e reclamam de reformas, como a da Previdência, que afetou essas categorias, mas não atingiu os militares, por exemplo.
Policiais Federais chegaram a fazer vários protestos contra o governo, cobrando perdas salariais e de direitos com as reformas. Na semana passada, em um evento em Brasília, o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, iria anunciar a criação de um plano de saúde para os policiais da ativa e aposentados, mas o evento acabou sendo cancelado porque Bolsonaro não podia participar.
Ontem, o ministro da Justiça, Anderson Torres, anunciou que entregou à equipe econômica a reestruturação do plano de carreira dos policiais federais, PRF e Agentes Penitenciários. Torres não fala de reajuste, mas a mudança nos planos de carreira –uma reivindicação antiga da categoria– prevê novos patamares que incluem novas progressões salariais.
“Nossa ideia é reestruturar a carreira da PRF, criar uma carreira de verdade para eles, mudar algumas coisas nas carreiras da PF, e regulamentar e organizar a polícia penal”,
disse Torres depois do evento no Planalto.
Perguntado sobre reajustes, o ministro afirmou que toda reestruturação de carreira envolve reajustes, mas que não há ainda cálculo do impacto financeiro.
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“Não tem estimativa ainda de impacto, valores, nada disso está fechado anda”, disse. “Tem que fazer uma previsão orçamentária este ano por MP para aplicar ano que vem.”
O governo federal suspendeu todos os reajustes salariais desde 2020, com início da pandemia, e a equipe econômica afirma que não havia folga. No entanto, com a aprovação da PEC dos Precatórios, que alterou o cálculo do teto de gastos, Bolsonaro começou a falar em dar reajuste aos servidores, de olho nas eleições de 2022.
O projeto aprovado no Senado, que ainda precisa ser votado novamente pela Câmara, não prevê reajuste a servidores entre as possibilidades de aplicação dos recursos dessa sobra.
Por Lisandra Paraguassu