Conhecida como "dra. Cloroquina", Raíssa Soares é cotada para gestão Graeml
Candidatura de Cristina Graeml destacou que a médica Raíssa Soares chega à capital paranaense no próximo domingo
A médica Raíssa Soares, que ficou conhecida como “Doutora Cloroquina” durante a pandemia de Covid-19, é cotada para assumir a Secretaria da Saúde de Curitiba em eventual governo Cristina Graeml. A médica e ex-secretária de Saúde de Porto Seguro, na Bahia, desembarca na capital paranaense no próximo domingo (13).
A informação de que Raíssa Soares pode assumir a pasta da Saúde de Curitiba foi oficializada pela própria assessoria de imprensa da candidatura de Cristina Graeml. Em uma nota enviada aos veículos de comunicação, a campanha diz que a médica, que tem mais de 220 mil seguidores nas redes sociais, tem “renome nacional e que deve ocupar o cargo de Secretária Municipal de Saúde caso Cristina Graeml seja eleita”.
A nota reforça ainda o lema que Raíssa utilizou durante sua gestão na cidade baiana. “‘Não roubar e não deixar roubar para sobrar dinheiro”, diz a divulgação.
Raíssa foi exonerada por incentivar uso de cloroquina
Em 2021, Raíssa foi exonerada da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Seguro, na Bahia, após incentivar a utilização de medicamentos contra a Covid-19 sem comprovação científica. A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 1º de novembro após um pedido do Ministério Público da Bahia.
Raíssa ganhou destaque nas redes sociais ao publicar relatos sobre uso de hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 e recomendar que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) enviasse ao município mais caixas do medicamento.
Naquele ano, a promotora de Justiça Lair Faria Azevedo afirmou que a secretária incentivava o uso de uma medicação que não teria nenhum benefício no enfrentamento à pandemia e entrou com processo por ato de improbidade e lesão ao erário porque, na visão da promotora, a médica teria atentado contra os princípios da administração pública e violou deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Dois anos depois a Justiça absolveu Raíssa alegando que não havia indicios de irregularidades.
“Não há qualquer indício ou dimensionamento preciso de desvio de recursos, apropriação ou perda patrimonial, nem de que não houve sua utilização pelo Poder Público, conforme prescrições médicas. Da mesma forma que evidenciado acima com relação às vacinas, ausente dolo em prejudicar o erário público. Diante de todo o exposto, ocorreu no caso sob exame verdadeiro abolitio criminis em razão de as condutas da ré não serem mais previstas como ato de improbidade administrativa. Por conseguinte, não há alternativa, senão a rejeição da petição inicial por manifesta atipicidade superveniente das condutas imputadas”, diz a sentença.
Raíssa Soares disputou Senado Federal em 2022
Em 2022, a médica disputou uma vaga no Senado Federal pelo PL, mas acabou não sendo eleita ao terminar a corrida em 3º lugar com 945.470 votos. Na ocasião, Otto Alencar (PSD) foi reeleito senador.
Em 2023, Cristina Graeml chegou a entrevistar Raíssa Soares no programa que a jornalista mantinha na Gazeta do Povo. Na matéria sobre entrevista, Graeml escreveu que a médica “ganhou projeção nacional na pandemia lutando por remédios para tratar pacientes de Covid e salvando 6 mil vidas. Depois, candidatou-se ao Senado em 2022, teve mais de um milhão de votos, não se elegeu, mas tornou-se o maior nome da direita no estado mais petista do Brasil”.
Em setembro, Graeml já havia anunciado em suas redes sociais o nome da médica Raíssa Soares como possível secretária de Saúde, mas a publicação foi retirada do ar.
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