Felipe Bombardelli (PCO) pretende dissolver prefeitura: “Foco é distribuir o poder”
Candidato à Prefeitura de Curitiba declarou que cargo de prefeito não deve existir, porém, pretende cumprir o mandato integral caso seja eleito
O candidato à Prefeitura de Curitiba Felipe Bombardelli (PCO) declarou que pretende uma gestão com distribuição de poderes entre a população. Segundo o candidato, a função do prefeito não deve existir e as necessidades sejam definidas por meio de mini prefeituras, que tenham orçamento próprio.
“O trabalho do prefeito não é atender a população, é atender os empresários. Então a gente não está aqui com o partido para fazer esse tipo de negociata. Estamos aqui para conseguir organizar a população e defender os interesses. Pensando no futuro, quem tem que estimular, saber o que tem que fazer em cada bairro é a população do bairro, não é a prefeitura atrás da planilha do Excel pensando em, ‘vou construir um hospital aqui’, ‘vou pavimentar essa rua’, não é assim. A gente tem que pensar que a população do bairro tem uma mini prefeitura, que tenha orçamento, reuniões para que a população defina as prioridades, o que deve ser investido. A função de prefeito não tem que existir mais”, declarou Bombardelli.
Na série de sabatinas da rádio Jovem Pan News, o candidato ainda destacou que o foco da candidatura é reduzir o poder da prefeitura, porém, com a missão de cumprir os quatro anos como prefeito. “Organizar a população para diminuir o poder do prefeito. Vou conseguir, mas não vai ser em quatro anos. O foco é distribuir o poder. Quanto menos poder o prefeito tiver e mais distribuído com a população, melhor”, completou.
Diminuir a força de segurança das polícias
Felipe Bombardelli (PCO) também pretende reduzir as polícias em Curitiba. Conforme o candidato, em alguns países, como a Suíça, a população possui mais armamentos e o efetivo de agentes é reduzido.
“A questão da segurança é principalmente uma questão econômica social. Você pega a Suíça, é um dos países mais armados, com menor quantidade de polícia, e é seguro. A polícia é ineficiente para combater a criminalidade. A Suíça não é segura por ter muitos policiais na rua. Aqui no Brasil temos uma deficiência social muito alta, uma exploração sobre o trabalhador muito alta, porque ele está sendo roubado em tudo que é lugar”, contou Bombardelli.
Na prática, o candidato sugere a criação de polícias dos bairros. “Cada bairro, como vão ter os conselhos populares, também precisa ter uma milícia para cuidar da segurança. Só que, quem faz a segurança não deve ser de outros lugares, quem faz a segurança de um determinado bairro tem que ser a pessoa do bairro. Uma polícia comunitária, mas também, uma possibilidade de qualquer um tentar se eleger como polícia e também que a população aprenda defesas pessoas, com armamento também, para que a população possa se defender”, completou.
Estatização e transporte com tarifa zero
Apesar do plano de governo não contar com propostas específicas para a cidade de Curitiba, o candidato propõe a estatização das empresas de transporte, com o objetivo de alcançar a tarifa zero.
“A mobilização para a estatização precisa ser forte, porque lutar com essas empresas não é fácil, principalmente porque a frota pública não está pública. Então esta é a principal arma dos empresários contra a Prefeitura. A nossa ideia é implementar uma mensalidade no ônibus, porque quem vive na Europa sabe que lá você paga mensalmente o transporte e pode usar a vontade. A longo prazo o plano é gratuito. Mas como em Curitiba existe um sistema de transporte muito complexo, principalmente porque existem cerca de 5 mil cobradores. A tarifa zero vai levar a demissão desses trabalhadores. Então eu preciso realocar esse pessoal, para poder implantar a tarifa zero”, destacou o candidato.
Ainda segundo Bombardelli, a oportunidade de transformar o transporte público de Curitiba está nas mãos da prefeitura na nova licitação do próximo ano. “Vou precisar da ajuda dos trabalhadores, porque a prefeitura precisa das frotas dos ônibus e, claro, ano que vem vai ter as licitações, simplesmente vai estar nas mãos da prefeitura determinar como será isso. A prefeitura precisa que a frota seja pública, o restante da operação é parte burocrática”, sugeriu o candidato.
Na linha de contar com o apoio da população, o candidato pretende reduzir a jornada de trabalho.
“A gente iria priorizar uma organização dos trabalhadores. Por exemplo, os ônibus, precisamos organizar a quantidade de pessoas, avançar nessa parte de oferecer ao trabalhador os benefícios que a tecnologia traz. Em muitas empresas a direção não fala, não abre o que está sendo organizado. E os trabalhadores não têm voz em cima da direção, isso precisa mudar. Todas as reuniões serem abertas, um espaço de voz para o trabalhador fazer política também. Com o aumento da tecnologia e do desemprego, tentar reduzir a jornada de trabalho para 20 horas de trabalho e 20 horas de estudo. Muito do trabalho é produção de conhecimento”
Abaixar o IPTU e acabar com a ‘indústria da multa’
Durante a sabatina, Bomberdelli foi questionado sobre duas propostas do plano de governo, a redução do IPTU e o fim da chamada ‘indústria da multa’.
“Nossa proposta é acabar com a indústria de multas. Todos os candidatos têm batido nisso, eu não vou repetir. Acho que é unânime. O detalhe é que a gente não quer um governo ali que coloque a mão dura em cima das pessoas. Justamente, queremos planificar a economia, mas não queremos uma opressão do governo em cima dos trabalhadores”, declarou Bombardelli.
A respeito do IPTU, o candidato acredita que seja possível reduzir. “O IPTU, o Requião tem batido que aumentou 300% e não houve melhorias. Fora a renda que a prefeitura tem, dá para fazer um estudo e ver se é possível reduzir o IPTU”, concluiu.
Expropriação de imóveis
Entre os planos do candidato também está a expropriação de imóveis. Como solução para oferecer oportunidades a todos, Bombardelli usou como exemplo a República Tcheca.
“A prefeitura precisa de dados e saber quem são os donos, de um modo fácil e acessível. Em Praga, tem um site que você pode acessar e ver quem é o dono de cada propriedade, de modo claro em transparente. Aqui em Curitiba acho que não tem. Precisamos de um sistema de informação fácil para a população inteira. Imóvel está há um ano, dois anos abandonado, sem uso, ele não está desempenhando o papel social. Então temos que olhar principalmente se o dono tiver inúmeros imóveis, temos que priorizar a moradia para as pessoas do que a especulação da pessoa ganhar em cima do aluguel”, contou Bombardelli.
Confira a entrevista completa com Felipe Bombardelli (PCO):
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