Fábio Camargo rompe silêncio e diz que quer "Tirar o tribunal da ilha" em nova gestão do TCE-PR

Fala, Marc!

por Marc Sousa
Publicado em 15 dez 2020, às 19h39. Atualizado às 19h55.

Desde que foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), Fábio Camargo nunca deu uma entrevista sequer. Nos últimos sete anos e meio, o falante ex-vereador e deputado estadual, que apresentou programas de rádio e televisão, preferiu o silêncio. Aguardou, quieto, o julgamento de uma série de ações que questionavam a sua escolha para o órgão. Chegou a ser afastado do cargo por dois anos, mas ganhou os 22 processos, um a um. O último foi em junho deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) colocou fim ao caso e garantiu a capa e a cadeira de Camargo. Seis meses depois, ganhou uma disputa interna e garantiu a presidência da Corte de Contas. “O tempo curra tudo. A injustiça passa, ela não perdura. Você tem que ter resiliência, fé, Deus no coração.”, resume o conselheiro sobre o último período.

Depois do turbulento 2020, Camargo projeta ampliar a atuação do TCE-PR nos próximos dois anos. “O Tribunal de Contas é um guardião do dinheiro público. Nosso principal compromisso será atuar em ações que garantam a retomada da normalidade da vida dos paranaenses, auditando e fiscalizando todas ações que envolvam a pandemia”, diz, já avisando que acompanhará de perto o processo de produção da vacina russa no Paraná.

Além da tradicional fiscalização, o novo presidente quer abrir as portas da Corte de Contas para a população. “A ideia seria um Tribunal voltado para todos os municípios, mas mais direto à sociedade. Tirar o tribunal da ilha. A sociedade precisa saber que ela pode levar a reclamação mais diretamente”, diz adiantando que deve criar um programa que vai desenvolver ações em todas as cidades do Paraná, um “Tribunal itinerante” para que a ouvidoria possa estar em contato com a população.

Fábio também comentou sobre a relação com o pai, o ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desembargador Clayton Camargo. “Meu pai é um grande parceiro como pai, como amigo, mas jamais é um parceiro para interferir. Não é uma pessoa que faz algum tipo de interferência.”, explicando que o pai não opina em suas decisões profissionais.

Camargo foi eleito no último dia 09, e toma posse no próximo dia 27 de janeiro. Veja abaixo a entrevista completa: