"Eu não tenho visto", diz Greca sobre problemas na gestão e reafirma ser o prefeito do asfalto
Depois de vencer as últimas eleições com o bordão “Viva Curitiba”, o pré-candidato a reeleição Rafael Greca (DEM) pretende seguir com a mesma linha de discurso para tentar, pela terceira vez, comandar a capital dos paranaenses. Entre rimas como “Eu fiz direito meu ofício de prefeito” e “O amor é a condição da missão” faz a defesa de sua gestão apontando que um dos principais desafios foi recuperar as finanças da cidade, que afirma ter assumido com uma dívida de R$ 1,2 bilhões e um deficit de 2,1 bilhões. Além de sanear as contas públicas, ele diz que vai terminar o mandato deixando R$ 500 milhões em caixa disponíveis em uma espécie de poupança para ser usada em crises. Questionado sobre possíveis erros na sua gestão responde de bate-pronto: “Eu não tenho visto, mas se souber de algum, ainda antes da aurora me avise que eu vou corrigir”, e completa: “Não está faltando nada aos curitibanos“.
Greca também se orgulha de ser lembrado como o prefeito do asfalto. “O povo só pede asfalto, o verdadeiro líder vai atrás do seu povo […] São mais de 400 km de asfalto urbano na cidade”, diz se defendendo de críticas de que priorizou a pavimentação de ruas ao invés de aplicar recursos no combate a pandemia de Covid-19. “Essa gente que fala mal de mim, primeiro tem ambição politica, dá pra desconfiar um pouco de quem tem ambição politica, mas por outro lado eu não os vi oferecer nada pra cidade. Dois deles eram deputados, não trouxeram nada para Curitiba, um foi secretario de Estado, também não trouxe nada pra Curitiba”, cutuca.
Sobre o enfrentamento ao Coronavírus, tema em que a oposição concentra a maior parte das críticas, Greca segue defendendo que a cidade possui 1.088 leitos de UTI’s, mas agora detalha que apenas 355 ficaram disponíveis para o tratamento da Covid-19. “Nós não fizemos a aventura dos hospitais de campanha, nós fizemos hospitais de verdade”, afirma citando os hospitais que foram reativados em três bairros: Alto da XV, Cidade Industrial e Tatuquara. Ele também conta que o plano inicial, que teria sido escrito em janeiro, era iniciar as restrições ao funcionamento do comércio e serviços só depois da Páscoa, o que acabou antecipado para meados de março. Greca concorda que o fechamento ocorreu cedo demais, mas justifica que o pânico da população levou as medidas mais rígidas começarem quase um mês antes. O pré candidato a reeleição também defendeu os repasses que fez as empresas do transporte coletivo. Segundo ele, como houve redução no número de passageiros a prefeitura foi obrigada a “reequilibrar o contrato para garantir o transporte”. Ele também negou que a redução da frota ajudou na disseminação do vírus. “Nós somos a única cidade do Brasil a praticar distanciamento dentro dos ônibus urbanos”, reitera. O atual prefeito ainda explicou que fechou alguns postos de saúde porque precisou remanejar equipes de saúde para hospitais.
Como pretende disputar a reeleição, Greca foi o décimo convidado de uma série de entrevistas que o Jornal da Manhã Paraná, da Jovem Pan, está fazendo com os pré-candidatos a prefeitura de Curitiba. Ele revelou que quer disputar junto com seu atual vice, Eduardo Pimentel (PSD), e para isso espera contar com o apoio do governador Ratinho Júnior (PSD), que teria que intervir no próprio partido para impedir Ney Leprevost de se candidatar. “Eu sonho buscar a harmonia e ainda aposto numa composição com o governador”, afirma.
Como principal meta de uma próxima gestão, apresentou a construção da “Pirâmide Solar”, uma usina de energia solar no Tatuquara, a urbanização da região da Caximba, no limite entre Curitiba e Fazenda Rio Grande, e promete atrair investimentos de R$ 1 bilhão para a cidade. “Eu recuperei a cidade do Gustavo Fruet, agora eu vou recuperar Curitiba do Coronavírus”, dizendo que adora ser prefeito e se sente “Dom Rafael, o venturoso”.
Confira a entrevista na íntegra: