Cresce parcela da população que prefere a democracia a qualquer forma de governo
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) – O percentual da população brasileira que prefere a democracia a qualquer outra forma de governo aumentou, se comparada a outubro de 2018, assim como diminuiu o grupo de pessoas que preferem, em algumas circunstâncias, um governo autoritário, apontou pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira (11).
Em outubro de 2018, época em que o atual presidente Jair Bolsonaro foi eleito, 56% dos entrevistados responderam que “a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo”. Agora, em fevereiro de 2022, esse patamar passou a 67%.
A preferência por um governo autoritário “em algumas circunstâncias”, por sua vez, apresentou uma redução: de 13% em outubro de 2018 para 7%.
Em relação à democracia no Brasil, no geral, apenas 2% dos entrevistados disseram estar muito satisfeitos, enquanto 29% se disseram satisfeitos. Em outubro de 2018, os muito satisfeitos também eram 2%, mas os satisfeitos respondiam a 21%.
O número dos que disseram estar insatisfeitos com a democracia brasileira pouco mudou —51% agora contra 50% em 2018–, ao passo que os muito insatisfeitos correspondem a 12% nesta pesquisa de fevereiro –em outubro de 2018, eram 23%.
Disputa pelo planalto
Já para a corrida eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera nos dois cenários colocados, com 43% e 44% respectivamente.
No primeiro cenário, Bolsonaro aparece em segundo lugar com 25%, seguido de Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) empatados com 8%. João Doria (PSDB) pontua com 3% e a senadora Simone Tebet (MDB) e o deputado André Janones (Avante) têm 1%.
Na segunda lista, sem o candidato do PDT, Bolsonaro registra 26%, Moro mantém os 8%, Doria oscila para 4%, e Simone Tebet via a 2%.
Outras opções da chamada “terceira via”, caso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o senador Alessandro Vieira (Cidadania), além de Janones, aparecem com 1% no segundo cenário.
Os que recusam todos os candidatos nos dois cenários ou declaram que votarão em branco ou nulo chegam a 9% e 10%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 7 e 9 de fevereiro, e entrevistou 1.000 pessoas. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.