CORREÇÃO-Acordo com Alckmin seria bom para o Brasil, diz Lula

Publicado em 27 jan 2022, às 18h19. Atualizado às 18h20.

(Em texto publicado dia 26, corrige nome da rádio para CBN do Vale do Paraíba, em lugar de CBN do Vale da Ribeira)

BRASÍLIA (Reuters) – Em negociações para fechar um acordo que leve o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para uma aliança eleitoral no pleito de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que falta a decisão do ex-governador sobre o partido ao qual irá se filiar, mas que um acerto seria bom para ambos e para o Brasil.

“O problema se a gente vai fazer depende de dois fatores: da minha decisão de ser candidato ou não –que ela deverá se dar agora no final de fevereiro ou começo de março–, e da filiação do companheiro Alckmin a um partido que faça aliança com o PT”, disse o ex-presidente em entrevista à rádio CBN do Vale do Paraíba.

As negociações, vistas inicialmente como improváveis por aliados e adversários de Lula, começaram em outubro, antes de Alckmin deixar em definitivo o PSDB, e avançaram bem, até esbarrarem nas dificuldades de negociação entre o PT e o PSB, uma das legendas candidatas a receber o ex-tucano.

A ideia, a princípio, é que o ex-governador se filie ao PSB para concorrer a vice-presidente na chapa encabeçada por Lula. No entanto, o acordo depende dos dois partidos conseguirem chegar a acertos regionais e esbarram, principalmente, na insistência dos dois lados de manter candidatos ao governo de São Paulo –Márcio França, no caso do PSB, e Fernando Haddad, no caso do PT.

Lula deixou claro que seu interesse em incluir Alckmin em sua chapa visa a intenção de ter uma aliança eleitoral o mais ampla possível.

“Eu preciso voltar para fazer mais, e para fazer mais eu preciso de mais gente do meu lado. Por isso eu estou conversando com todo mundo. Por isso, que dê certo essa conversa. Espero que Alckmin escolha o partido certo, que faça aliança com PT e espero que o PT compreenda a necessidade de fazer aliança”, afirmou.

Há resistências a uma aliança com o ex-governador dentro do próprio PT, e há quem compare Alckmin a Michel Temer, vice-presidente de Dilma Rousseff e apontado como um dos articuladores do impeachment da ex-companheira de chapa. Lula, no entanto, já disse a interlocutores que não tem receio sobre isso e, na entrevista, deixou claro que confia no ex-governador.

“Eu tenho confiança no Alckmin, eu fui presidente oito anos, sempre tive uma relação com Alckmin, sempre foi uma relação de respeito, institucional. E se der certo a gente construir essa aliança vai ser bom para Alckmin, vai ser bom para mim, vai ser bom para o Brasil”, afirmou.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

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