Coronel Villa pretende informatizar e integrar a gestão municipal em Londrina
Candidato promete ainda que irá recuperar o Lago Igapó e enfrentará os gargalos na saúde pública da cidade
Candidato à Prefeitura de Londrina, o Coronel Nelson Villa (PSDB) afirma que é preciso investir em tecnologia de gestão para otimizar os processos e os serviços públicos na cidade. De acordo com ele, atualmente não existe nenhuma padronização e um verdadeiro apagão tecnológico na gestão municipal.
Villa afirma que somente uma mudança profunda neste quadro é capaz de recuperar a eficiência da prefeitura no atendimento às demandas da população. A partir daí é que será possível investir em áreas consideradas com prioritárias, como saúde, educação, transporte e segurança pública.
As falas aconteceram nesta sexta-feira (30) em entrevista no programa Balanço Geral Londrina. Essas e as demais sabatinas dos candidatos à Prefeitura de Londrina são conduzidas pelos apresentadores Gustavo Parra e Vinícius Buganza.
Confira os principais temas discutidos pelo Coronel Villa durante a sabatina:
Gestão pública
O candidato considera haver a necessidade de um choque de gestão na prefeitura, capaz de integrar as diversas áreas da administração e reduzir a burocracia que impede um funcionamento mais eficaz dos órgãos públicos municipais.
“Quando se fala de administração pública, nós temos que entender que as alterações que devem ser feitas, elas devem iniciar de dentro para fora. Hoje nós temos uma maquina administrativa na prefeitura que não está conectada. Isso dificulta para que a pessoa faça a devida gestão, a devida governança. Por exemplo, se eu como prefeito quiser fazer um levantamento, em tempo real, de como estão os atendimentos de uma UBS, de uma UPA, eu não tenho, eu tenho que buscar o relatório lá no local. Londrina é uma cidade enorme, que precisa dessa conexão. As secretarias deveriam estar conectadas”, afirma o candidato.
Que aponta como solução para esse problema a adoção de um sistema integrado e padronizado em todos os órgãos da prefeitura. “Isso dificulta e atravanca a prefeitura, tornando-a muito burocrática e muito subjetiva. Se o sistema nosso não está devidamente informatizado, cada pessoa decide de um jeito, não há prazo, os sistemas se embolam. e no final das contas você não tem um instrumento de gestão. Cada documento da prefeitura hoje tem um padrão. Na saúde, por exemplo, seria interessantíssimo que a UBS utilizasse aquilo que originalmente deveria se dar a ela, que é a responsabilidade territorial, com base em um banco de dados eficaz”, complementa.
Transporte público intermodal
Villa afirma que a cidade tem que priorizar o conceito de mobilidade urbana para melhorar o trânsito e o transporte público. “Esse conceito não abrange apenas o transporte coletivo, que hoje é subsidiado, em parte, pela prefeitura. Então se o passageiro paga R$ 5,75 a conta na verdade é de R$ 8,50, praticamente. E quem paga essa diferença é a prefeitura. Então é importante que nós busquemos outros entes federativos que ajudem a prefeitura a pagar essa diferença ou aumentar o subsídio. Isso proporcionaria darmos condições para que nós reduzíssemos o preço da passagem e aumentássemos a frequência das pessoas no transporte coletivo, o que desafogaria o trânsito”.
“Temos outras saídas para melhorar a mobilidade das pessoas. Em primeiro lugar, Londrina não tem um plano de mobilidade urbana, o que se tem é um decreto. E a legislação federal exige, para que o Ministério das Cidades atenda à prefeitura, que esse plano de mobilidade urbana seja feito através de lei. É um vício formal que impede o subsídio do Governo Federal. Por exemplo, se nós quiséssemos fazer uma transposição, uma ligação entre as avenidas Maringá e Ayrton Senna, nós precisaríamos desse recurso. Por isso é preciso que nós organizemos a casa”.
Saúde pública
Sobre os gargalos no atendimento à saúde em Londrina, o candidato afirma que a distribuição correta dos recursos já existentes é uma solução para melhorar a eficiência das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). “Nós temo o anúncio do governo municipal para a construção de mais três UPAs. Se for observar a estrutura das já existentes, seriam 10 médicos em cada uma delas, o que significaria a contratação de 30 médicos. Será que não seria melhor se nós pegássemos esses 30 médicos e aplicássemos nas UBSs, para que elas sempre tivessem um turno ininterrupto de 12 horas com a presença de médico. Será que nós estaríamos prevenindo e evitando esse gargalo nas UPAs, que deixa os funcionários apavorados”, conta.
“A nossa ideia é fazer a atenção primária, fazer a prevenção, fazer com que as pessoas não tenham que sair de sua região. São 54 UBSs e se todas elas tivessem médicos por 12 horas ininterruptas, nós estaríamos desafogando as UPAs, e o atendimento da UPA, que seria dado àquela pessoa que realmente dela precisa, seria mais eficiente. Queremos devolver às UBSs o seu padrão de territorialidade. Se uma pessoa eventualmente não passar na UBS e for direto na UPA, o sistema informatizado, com banco de dados, ajudaria a detectar o que falhou no processo”.
Lago Igapó
Uma das propostas do plano de governo do Coronel Villa é o desassoreamento do Lago Igapó, um grande atrativo turístico da cidade. “Tem partes do Lago Igapó em que você vê os pássaros ‘andando sobre as águas’. Na verdade eles estão pisando em terra, ou seja, o lago está assoreado. O Lago Igapó é uma das maiores riquezas, um dos melhores e mais bonitos cartões-postais da cidade. É uma situação que nós temos que enfrentar”, explica, lembrando que a solução para o problema depende da colaboração de outras esferas de governo.
“Se o orçamento do município é pequeno, nós temos que buscar, nos integrar com outros entres federativos, para buscar um recurso que nos permita fazer esse desassoreamento. Ou então, daqui a pouco, nós vamos ter chuvas, vamos ter inundações, e podemos ter tragédias semelhantes àquela que aconteceu no Rio Grande do Sul, não na mesma proporção. Então vamos buscar uma solução adequada que dê condições para que, com R$ 90 milhões, nós consigamos resolver o problema do Lago Igapó.”
Assistência social e saúde pública
O candidato enumera uma série de áreas que podem ser consideradas prioritárias para receber investimentos, com destaque para a assistência social e a segurança pública, setores que podem trabalhar de forma integrada.
“É difícil você estabelecer prioridades. A saúde hoje, a impressão que eu tenho, é o grande gargalo. Nós temos problemas com na educação, nós temos problemas com segurança, nós temos um orçamento na assistência social de aproximadamente R$ 136 milhões. E não é segredo para ninguém que a população, as pessoas em situação de rua estão aumento em quantidade. Então, onde está indo parar esse dinheiro e nós precisamos devolver a segurança pública às pessoas”, explica.
“Temos que tomar medidas efetivas. Vamos estabelecer um trabalho integrado, sem vaidades. A Polícia Civil prende quem recepta; a Polícia Militar faz prevenção; a Defesa Social cuida dos próprios públicos e auxilia a assistência social. A assistência social faz triagem, faz encaminhamento e salva essas pessoas; e a saúde, nós temos que ter um planejamento para dar o encaminhamento àquelas pessoas que são dependentes químicas para que elas possam se recuperar, voltar a se reincluir na sociedade e buscar um trabalho”, conclui.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui!