Censura à série da RICtv é citada por Renato Freitas na Alep: "Denúncia gravíssima"
Os episódios de Guerra de Facções expõem supostos esquemas de corrupção no sistema carcerário
A censura à série “Guerra de Facções”, da RICtv, pela Justiça, foi assunto na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na tarde desta terça-feira (21). O deputado estadual Renato Freitas (PT) citou o caso ao fazer uma comparação com o fato de se sentir sob censura, em diversas ocasiões, perante a Casa.
“Eu, deputado Renato Freitas (PT), fui censurado aqui, nessa Casa, após uma denúncia que fiz de corrupção. A RICtv no programa Balanço Geral, em que revelou essa denúncia gravíssima de corrupção dentro do sistema carcerário, foi censurada pela Justiça. Agora, não na figura do réu ou do acusado, no caso, o presidente da Secretaria de Justiça, Francisco Caricati, mas pelos juízes que representam a Justiça”.
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Em dezembro de 2023, Renato chamou o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), de corrupto. Além disso, a permanência do mandato dele passou por avaliação do Conselho de Ética da Assembleia.
Série expõe investigações sobre possíveis casos de corrupção
A série Guerra de Facções, da RICtv, entrou no ar em maio deste ano. Os episódios expõem as complexidades do tráfico internacional de drogas, envolvendo investigações sobre possíveis casos de corrupção. O último episódio da série, no entanto, está sob censura, desde o início de maio, após uma determinação da Justiça.
Nele, a produção da RICtv cita dois funcionários do Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná (Deppen). Um dos líderes de uma facção sob custódia supostamente os corrompeu. O preso, identificado na investigação como Marcos Silas, teria privilégios dentro do sistema prisional. A informação consta no relatório interno de inteligência do Depepn ao qual a RICtv teve acesso.
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A RICtv buscou os funcionários do Deppen mencionados na produção e, assim, dar o direito de resposta sobre as acusações em entrevistas. No entanto, os envolvidos recorreram judicialmente para evitar a exibição do episódio.
Censura repercutiu entre entidades jornalísticas
A censura imposta contra a RICtv repercutiu entre as principais entidades relacionadas ao jornalismo. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp), assim como a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), repudiaram a medida estabelecida contra a emissora paranaense e emitiram notas.
A série não foi integralmente ao ar, mesmo assim a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (SESP/PR) determinou a abertura de um processo de investigação interna. Isso porque a entidade pretende apurar as denúncias contra os agentes do Deppen, conforme consta em Diário Oficial. A apuração terá condução da Divisão de Inteligência do Estado.
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