O quê os brasileiros podem aprender com o movimento separatista da Catalunha?

Publicado em 1 nov 2019, às 00h00. Atualizado em: 24 jun 2020 às 16h59.

O quê você sabe sobre a cidade de Barcelona? O mega campeão internacional de futebol ? A cultura? A história? As baladas? As atrações turísticas? Barcelona é muito mais do que isso. É a capital da Catalunha, um território com governo autônomo, bilíngue (catalão e espanhol), parlamento regional e  um estatuto que garante os direitos e deveres dos catalães e determina que mesmo que exista toda uma liberdade, o território pertence ao reino da Espanha e sendo assim estão subordinados a constituição do país e as instituições do país.

Recentemente em outubro de 2019 temos acompanhado o desenvolver de mais uma tentativa da região da Catalunha tentar sua independência. Vamos explorarmos melhor os pontos e contrapontos dessa questão tão delicada. A Catalunha mergulhou em uma crise por conta do separatismo, agravada recentemente pela condenação à prisão de vários líderes do movimento independentista. Desde 2017, a região foi marcada por diversos protestos e tentativas de negociação por parte de catalães separatistas. Os protestos se intensificaram depois da condenação a prisão de nove líderes catalães.

Um dos principais motivos dos separatistas é o bom desempenho econômico da região. As atividades representam cerca de 20% do PIB de todo o país, chegando a gerar mais de R$ 1,19 trilhões para a economia. Durante o processo de tentativa de sucessão a partir de 2017 os deputados separatistas votam no Parlamento regional, onde são a maioria, uma lei para organizar um referendo de autodeterminação em 1º de outubro de 2017, apesar dos protestos da oposição que os critica por violar a Constituição espanhola e o Estatuto da Catalunha. Em resposta a violação da constituição da Espanha, forças de segurança enviadas por Madri intervêm para apreender as urnas do referendo proibido.

Em um resultado muito duvidoso o governo separatista da  anuncia a vitória do “sim” com 90% dos votos e 43% de participação, embora os dados não sejam verificáveis. Daí em diante medidas pelo governo central de Madri começam a ser executada obedecendo sempre a constituição para manter a soberania do país. A primeira foi o rei Felipe VI pede o restabelecimento da ordem constitucional após uma greve geral na Catalunha acompanhada de várias manifestações contra a violência policial. Os deputados separatistas aprovaram uma declaração unilateral de independência. Madri suspende a autonomia regional, destitui o governo dirigido por Charles Puigdemont, dissolve o Parlamento e convoca novas eleições.

Os partidos que defendem a independência, com candidatos encarcerados ou exilados como Puigdemont, novamente conquistam a maioria absoluta com 70 deputados em 135. O novo governo catalão, liderado pelo separatista Quim Torra, toma posse e a Catalunha recupera sua autonomia. No mesmo dia, o socialista Pedro Sánchez assume a presidência do governo espanhol prometendo diálogo com a região, embora excluindo a possibilidade de um referendo de autodeterminação. Pedro Sánchez se reúne com Torra em Madri iniciando uma etapa de diálogo entre ambas as administrações. As manifestações infladas pelos separatistas vão as ruas. Os separatistas perdem a maioria no Parlamento catalão após Puigdemont e seus seguidores recusarem substituir quatro deputados suspensos pela justiça por envolvimento na tentativa de secessão .

O STF espanhol julgou doze líderes separatistas com penas de 9 a 13 anos de prisão, incluindo o ex-número dois de Puigdemont, Oriol Junqueras, por seu papel na tentativa de secessão. Alguns dias atrás Sánchez pede a abertura de um novo capítulo sobre o assunto tendo como base o diálogo, mas a sentença atiça aqueles que desejam independência na região, que vão às ruas para protestar. Milhares de manifestantes bloqueiam o aeroporto de Barcelona. Cenas de guerrilha urbana, com barricadas em chamas e confrontos entre manifestantes com o rosto escondido e os agentes de segurança são registradas em Barcelona e outras cedes da Catalunha.

Passeatas “pela liberdade”, com dezenas de pessoas pela liberdade;

O estatuto constitucional voltou a ser objeto de disputa após um referendo separatista culminar em uma declaração unilateral de independência feita pelo Parlamento Catalão, mas que não teve reconhecimento internacional. Em resposta, o Senado da Espanha aprovou a instituição do artigo 155 da Constituição e suspendeu a autonomia da região até a realização de novas eleições locais em dezembro. Tudo muito lúdico com apoio da comunidade internacional pela liberdade da Catalunha oprimida pela tirana Madri. Só que não. Tudo isso é muito mais complexo e totalmente questionável. Primeiro o partido separatista espanhol pudesse dizer que é uma organização de esquerda radical que assim como a esquerda brasileira prega a separação do estado para a formação de um novo modelo de governo. Ou seja socialista.

Apesar de existir sim diferenças culturais, políticas e de formato da sociedade entre Espanha e a região da Catalunha, a maioria do povo aprova o estado espanhol unificado. Ou seja, os separatistas que tem interesses em estabelecer um novo país socialista. O grupo político separatista apoiado pelos sindicatos e outros grupos estão por trás das manifestações o ponto de cometerem atos violentos e depredação de  propriedades públicas e privadas em uma orquestração com a mídia globalista para fazer mais barulho do que realmente as coisas são a fim de criar instabilidade do governo de Madri e uma aceitação da comunidade internacional pelo o reconhecimento da República da Catalunha pela UE. Aí temos mais um fator, como todo sistema socialista é opressora na forma política-social e patético na área econômica. Os membros do separatismos acham que porque são a área mais importante economicamente da Espanha que eles têm condições de serem uma nação independente, socialista e com alto desenvolvimento econômico.  Com a constituição do estado Catalão existe uma questão mais grave. No território original a Catalunha englobava a Espanha e o norte da França. Esses inconsequentes poderiam gerar um conflito político internacional e uma guerra entre França e Espanha.

No mundo real eles tem uma série de situações que em seis meses levaram a República da Catalunha a falência e um colapso político, econômico e social. As indústrias, polos econômicos, bancos e indústria do turismo tem interesse na Espanha e não em um estado separatista. Empresas que atuam na região já estão mudando suas sedes para Madri principalmente com receio de estatização. Outro fator é que nenhum país do mundo reconhecerá a Catalunha como uma nação e não interfere em nada sendo que a única declaração é que isso é um assunto interno da Espanha e ninguém deve interferir. Inclusive a ONU. Sem opções de usar o Euro serão obrigados a desenvolver uma moeda própria,com um novo sistema econômico e com sansões políticas e econômicas. O novo país entraria em colapso em no máximo 1 ano e o povo exigirá que voltem a fazer parte da Espanha.

No caso da Espanha, terão uma perda econômica de mais de 20% em seu PIB com a separação,mas no fim irão conseguir formas de se reerguer. E o qual lição o Brasil pode ensinar e aprender com toda essa situação interna da Espanha? O movimento político da Catalunha de 2017 a 2019 parece muito com as ondas de reivindicações e manifestações da sociedade brasileira pungentes desde 2013 e que vem resultando em uma reviravolta política e social que resultou na eleição de 84% de novos congressistas, novos governadores e do presidente da república Jair Messias Bolsonaro trazendo um novo modelo político conservador Liberal. E olha que a esquerda que hoje é minoria, possui muitos eleitores sem saber exatamente o que é isso, foram levados às ruas junto com black blocs contratados para agir com violência nas ruas e contou com a ajuda da mídia esquerdista que deve bilhões ao governo federal.

Já podemos aprender é que na Espanha as instituições são fortes, que servem ao povo e não aos interesses corporativos dos setores públicos e as providências dos quatro poderes (poder moderador, executivo, legislativo e judiciário) ampliam as providências com rigor, de forma constitucional, eficiente e ágil.