"Candidatura de Maria Victoria está nas mãos de Ratinho Junior", diz cúpula do PP
Maria Victoria, Ney Leprevost e Beto Richa são cobiçados pelo Palácio Iguaçu para que se juntem ao grupo de apoio à chapa governista
A volta das férias do governador Ratinho Junior (PSD) deve ser recheada de reuniões e acordos visando as eleições que se aproximam, principalmente se tratando da capital. E entre os alvos preferenciais dessa última tentativa de aglutinar mais apoio em torno de Eduardo Pimentel (PSD) estão Ney Leprevost (União Brasil), Beto Richa (PSDB) e Maria Victoria (Progressistas).
Os três nomes se apresentam como pré-candidatos à prefeitura de Curitiba. Richa e Leprevost inclusive com convenções devidamente marcadas e com um certo avanço na estrutura e na equipe de campanha. Mas, diferentemente dos possíveis adversários, a deputada estadual Maria Victoria segue disposta a abrir mão de aparecer na urna em outubro. Tudo depende da composição e proposta que virá do Palácio Iguaçu.
Um dos principais caciques do Progressistas estadual diz que não há entraves na relação com o governo do Paraná e que tudo segue em aberto, mesmo com a possibilidade do governador intensificar o assédio em busca de eventuais desistências. “O objetivo dele [Ratinho Junior] é eleger o Eduardo [Pimentel]. Não é nada contra ninguém”, pondera.
O próprio partido vê com bons olhos essa articulação de bastidores na tentativa de formar uma chapa mais forte e competitiva. Já sobre a candidatura de Maria Victoria, que entre as dez que já estão postas na capital é a única sem data de convenção, o cacique diz que vai esperar uma decisão do chefe do executivo paranaense.
“Ela será vice-prefeita do Eduardo [Pimentel], 1ª secretária da Assembleia Legislativa ou candidata à prefeitura. O governador é quem decidirá”, diz a fonte, que ressalta que todas as possibilidades estão na mesa.
Um outro integrante do partido reforça que a legenda tem agido de forma pragmática e endossa o entendimento do cacique. “Sim. A candidatura da Maria Victoria está hoje nas mãos de Ratinho Junior”, comenta sob reservas.
Dado o cenário de incertezas, no clã Borghetti-Barros há o consenso de que a convenção partidária só irá ocorrer no começo de agosto, nos últimos dias do limite da legislação eleitoral.
Richa segue “focado” na pré-campanha
Se Maria Victoria está aberta a acordos, quem afirma que irá até o fim é Beto Richa. Satisfeitos com os resultados das pesquisas e a repercussão de seus primeiros vídeos com víes eleitoral, a assessoria do hoje deputado federal diz estar focada na pré-campanha, mesmo com a possibilidade de uma proposta tentadora vinda direto do Palácio Iguaçu.
Beto Richa quer entrar na disputa não só como candidato outsider, quer também recuperar o prestígio e, em paralelo, se defender do que considera como “injustiças” e “perseguições” ao longo dos últimos oito anos.
Ao mesmo tempo, o tucano sabe que teve grande aprovação na gestão de prefeito e pensa que pode emplacar entre o eleitorado à lá Rafael Greca (PSD) em 2016, quando o atual gestor de Curitiba utilizou do saudosismo dos “bons tempos” para retornar ao Palácio 29 de Março.
Leprevost ainda quer ser apoiado por Ratinho
Do outro lado da campanha, Ney Leprevost está com a equipe praticamente montada e intensificou a atuação nas redes sociais. Mas, para não criar “atritos desnecessários”, o deputado deve sim ouvir o último apelo do governador para que desista e se junte ao conglomerado formado em prol de Eduardo Pimentel.
Em resposta, o ex-secretário da Justiça, Família e Trabalho já ensaia dizer que não vai retirar a candidatura, mas que está longe de ser um adversário do governo estadual e que topa voltar à mesa de negociações caso se mostre mais viável e competitivo que o atual apadrinhado pelos governistas.
O objetivo de Ney é mostrar para o PSD que, caso chegue ao 2º turno, pode ser um nome que não só defenda a atual gestão, como também alguém que viveu e acompanhou de perto a forma de governar de Carlos Massa.
Na campanha do União Brasil já se trabalha com um cenário em que Ratinho e Leprevost estejam juntos contra um possível oponente de esquerda na batalha final. “O que pode-se dizer agora é que o Ney deve contar com o apoio do governador no 2º turno”, diz um integrante direto da campanha.
Difícil vai ser fazer Ratinho Junior engolir a família Moro no mesmo palanque caso Ney chegue ao 2º turno contra Luciano Ducci (PSB), como projeta os assessores do deputado estadual.
Requião de olho no vice de Ducci
Aliás, Ducci tem enfrentado assédio partidário também na própria campanha. Agora que o acordo entre Ducci, Goura e o PT está mais do que celebrado, surge uma nova pedra no caminho: Roberto Requião (Mobiliza).
O ex-governador, impulsionado pelo bom resultado no último levantamento do Paraná Pesquisa, buscou em Brasília um acordo com o PDT para tirar Goura Nataraj da vice de Ducci e atrair os trabalhistas para si.
Mas, apesar de ouvir os apelos, o presidente do PDT Nacional e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, não quer desfazer um acordo costurado manualmente pela presidente do PT Nacional, Gleisi Hoffmann.
Ao mesmo tempo, Lupi ouviu de seus correligionários do Paraná que é melhor estar com Ducci em uma frente ampla com grande potencial de passar do 1º turno do que apostar no “azarão” Requião.
Convenções com data marcadas
O pleito em Curitiba já começa a tomar uma forma definitiva. Faltando menos de uma semana para o início do período legal para as convenções partidárias, nove dos dez pré-candidatos já estão com uma data agendada para confirmarem dentro dos partidos as indicações que podem os colocar na disputa ao posto máximo da gestão da cidade.
Apesar de não negarem que há a possibilidade de alterarem as datas de acordo com as atualizações no xadrez político, as agremiações já começaram a preparar suas ações de apresentação dos candidatos à Câmara de Vereadores e, principalmente, à prefeitura:
- Cristina Graeml (PMB): 21/07
- Samuel de Mattos (PSTU): 24/07
- Luciano Ducci (PSB): 28/07
- Ney Leprevost (União Brasil): 30/07 ou 31/07
- Andrea Caldas (Federação PSOL-Rede): 01/08
- Luizão Goulart (Solidariedade): 01/08
- Eduardo Pimentel (PSD): 03/08
- Roberto Requião (Mobiliza): 03/08
- Beto Richa (Federação PSDB-Cidadania): 05/08
- Maria Victoria (Progressistas): data não definida
Após as convenções, os partidos têm até o dia 15 de agosto para realizar o registro de candidatura.
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