Câmara de Ponta Grossa abre CPI da Saúde após pedido receber assinaturas necessárias

por Guilherme Fortunato
com colaboração de Ederson Hising
Publicado em 30 maio 2022, às 18h28. Atualizado às 18h31.

Um grupo de vereadores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação do atendimento da saúde no município. Nesta segunda-feira (30), o pedido tinha nove assinaturas – sete eram necessárias.

Após o fim da sessão desta segunda, as lideranças partidárias se reuniram para discutir os nomes que vão compor a CPI, o que deve estar definido até a próxima sessão, na quarta-feira (1º). Após a definição dos nomes, há prazo de 10 dias para eleger presidente e relator da CPI.

Veja quem assinou o pedido de CPI:

  • Geraldo Stocco (PSB)
  • Celso Cieslak (PRTB)
  • Doutor Erick (PSDB)
  • Ede Pimentel (PSB)
  • Izaias Salustiano (PSB)
  • Jairton da Farmácia (DEM)
  • Joce Canto (PSC)
  • Josi do Coletivo (PSOL)
  • Léo Farmacêutico (PV)

O RIC Mais entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa, que informou já ter adotado uma série de medidas para a reformulação do atendimento na área da saúde. Veja a íntegra do comunicado no fim da reportagem.

Segundo o requerimento, oito itens foram elencados para a investigação. Entre eles, estão os processos de contratação de médicos, estudos para fechamentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o remanejamento de equipes e atendimento à população, demora no atendimento das UPAs e Centro de Atendimento da Criança, planejamento para possíveis reformas e construções de UPAs e UBS.

Além dos itens citados, a comissão quer investigar o motivo da demora nas ações e planejamento na saúde e para o atendimento primário para suprir a doação do Hospital da Criança ao Estado, o planejamento para ter a disposição da cidade a estrutura do antigo CAS central, que está cedido ao Hemepar, e qual plano do executivo municipal para o uso do local.

Outro tema de apuração da CPI é o porque da demora no planejamento da reforma do Hospital Municipal Amadeu Puppi e qual previsão do início e conclusão das obras.

Fachada da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa (Foto: Luiz Lacerda)

A justificativa para a comissão parlamentar é o colapso do atendimento primário e emergencial da saúde em Ponta Grossa, relatado por moradores nos últimos meses. A CPI espera identificar o planejamento da prefeitura e as ações para combater esse problema.

O prazo de investigação pelos parlamentares membros é de 90 dias, com possibilidade de prorrogação caso necessário.

O atendimento não é a única polêmica registrada na saúde em Ponta Grosa em 2022. No início de maio, a prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) assumiu de forma interina a direção da Fundação Municipal de Saúde, após a exoneração do antigo diretor.

Veja a íntegra da nota da prefeitura:

“A Prefeitura de Ponta Grossa informa que já adotou uma série de medidas para a reformulação do atendimento na área da saúde. Além disso, um projeto para a reestruturação das Unidades de Saúde, com 15 reformas que serão feitas ainda este ano, 15 em 2023 e as outras 15 em 2024.

Quanto à resolução do problema da falta de médicos, já promoveu a abertura PSS e concurso público.
A demora no atendimento das frentes de pronto-atendimento é decorrente do aumento expressivo da demanda, que já vem sendo combatida com a abertura do Centro de Atendimento da Criança e a implantação de uma nova UPA em Uvaranas.

O Hospital da Criança nunca foi fechado. Antes era um hospital de baixa complexidade, oferecendo atendimento em apenas 2 especialidades, e hoje é um hospital de maior porte, com muito mais profissionais, atendendo casos mais complexos e oferecendo 11 especialidades de atendimento, além de atender toda a região.

Sobre o Hospital Municipal, a prefeitura explica que era impossível suspender as atividades do prédio, que exigem reforma urgente, porque durante a pandemia não havia como realocar atendimentos e pacientes para outros hospitais, já lotados. Com o refluxo de pacientes com Covid, foi possível remanejar esses pacientes e dar início à desmobilização dos serviços naquele prédio.”