Câmara de Ponta Grossa abre CPI da Saúde após pedido receber assinaturas necessárias
Um grupo de vereadores de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, solicitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação do atendimento da saúde no município. Nesta segunda-feira (30), o pedido tinha nove assinaturas – sete eram necessárias.
Após o fim da sessão desta segunda, as lideranças partidárias se reuniram para discutir os nomes que vão compor a CPI, o que deve estar definido até a próxima sessão, na quarta-feira (1º). Após a definição dos nomes, há prazo de 10 dias para eleger presidente e relator da CPI.
Veja quem assinou o pedido de CPI:
- Geraldo Stocco (PSB)
- Celso Cieslak (PRTB)
- Doutor Erick (PSDB)
- Ede Pimentel (PSB)
- Izaias Salustiano (PSB)
- Jairton da Farmácia (DEM)
- Joce Canto (PSC)
- Josi do Coletivo (PSOL)
- Léo Farmacêutico (PV)
O RIC Mais entrou em contato com a Prefeitura de Ponta Grossa, que informou já ter adotado uma série de medidas para a reformulação do atendimento na área da saúde. Veja a íntegra do comunicado no fim da reportagem.
Segundo o requerimento, oito itens foram elencados para a investigação. Entre eles, estão os processos de contratação de médicos, estudos para fechamentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o remanejamento de equipes e atendimento à população, demora no atendimento das UPAs e Centro de Atendimento da Criança, planejamento para possíveis reformas e construções de UPAs e UBS.
Além dos itens citados, a comissão quer investigar o motivo da demora nas ações e planejamento na saúde e para o atendimento primário para suprir a doação do Hospital da Criança ao Estado, o planejamento para ter a disposição da cidade a estrutura do antigo CAS central, que está cedido ao Hemepar, e qual plano do executivo municipal para o uso do local.
Outro tema de apuração da CPI é o porque da demora no planejamento da reforma do Hospital Municipal Amadeu Puppi e qual previsão do início e conclusão das obras.
A justificativa para a comissão parlamentar é o colapso do atendimento primário e emergencial da saúde em Ponta Grossa, relatado por moradores nos últimos meses. A CPI espera identificar o planejamento da prefeitura e as ações para combater esse problema.
O prazo de investigação pelos parlamentares membros é de 90 dias, com possibilidade de prorrogação caso necessário.
O atendimento não é a única polêmica registrada na saúde em Ponta Grosa em 2022. No início de maio, a prefeita Elizabeth Schmidt (PSD) assumiu de forma interina a direção da Fundação Municipal de Saúde, após a exoneração do antigo diretor.
Veja a íntegra da nota da prefeitura:
“A Prefeitura de Ponta Grossa informa que já adotou uma série de medidas para a reformulação do atendimento na área da saúde. Além disso, um projeto para a reestruturação das Unidades de Saúde, com 15 reformas que serão feitas ainda este ano, 15 em 2023 e as outras 15 em 2024.
Quanto à resolução do problema da falta de médicos, já promoveu a abertura PSS e concurso público.
A demora no atendimento das frentes de pronto-atendimento é decorrente do aumento expressivo da demanda, que já vem sendo combatida com a abertura do Centro de Atendimento da Criança e a implantação de uma nova UPA em Uvaranas.
O Hospital da Criança nunca foi fechado. Antes era um hospital de baixa complexidade, oferecendo atendimento em apenas 2 especialidades, e hoje é um hospital de maior porte, com muito mais profissionais, atendendo casos mais complexos e oferecendo 11 especialidades de atendimento, além de atender toda a região.
Sobre o Hospital Municipal, a prefeitura explica que era impossível suspender as atividades do prédio, que exigem reforma urgente, porque durante a pandemia não havia como realocar atendimentos e pacientes para outros hospitais, já lotados. Com o refluxo de pacientes com Covid, foi possível remanejar esses pacientes e dar início à desmobilização dos serviços naquele prédio.”