Brasil: 76% dos casos de ofensas políticas entre 2016 a 2020 foram contra mulheres

por Redação RIC.com.br
com informações da Alep
Publicado em 8 mar 2022, às 17h39.

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) desta terça-feira (8) discutiu, durante uma audiência pública, dados sobre os desafios enfrentados por mulheres na política. Conforme ressaltado pela desembargadora Lenice Bodstein, um levantamento feito pela ONG Terra de Direitos mostrou que, entre os anos de 2016 a 2020, a representatividade feminina na política se resumiu a apenas 13% no Brasil.

Ainda conforme o levantamento citado pela desembargadora, 31% das mulheres da política brasileira foram ameaçadas durante este período, 18% foram agredidas e 76% ofendidas.

“Nossa luta não é fácil, mas seguimos firmes, inspiradas por nossas antecessoras e dispostas a construir um caminho cada vez menos tortuoso para as que virão”,

disse a presidente do grupo, deputada Cantora Mara Lima (PSC), fazendo referência às conquistas femininas a partir do voto feminino, outro tema abordado ao longo da audiência.

Conforme ressaltado pela Alep, assim como a violência doméstica contra a mulher na vida privada, a violência política pode incluir violência psicológica, sexual, patrimonial, moral e até mesmo, o feminicídio. Para a desembargadora Lenice, é “com penalidades duras” que será possível garantir a segurança de todas as mulheres.

A primeira mulher eleita presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná, (OAB/PR), Marilena Winter, disse que falar da representatividade feminina e da violência contra a mulher “é nossa obrigação”. Para ela, não se pode mais tolerar determinados comportamentos, quando a igualdade de gênero está presente nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) da ONU, e o Brasil faz parte desse contexto.

“Não adianta falar que o machismo estrutural é cultural em nosso país se não tivermos ferramentas para punir. Enquanto instituição representativa da sociedade, reafirmo o nosso compromisso de combater qualquer forma de discriminação”,

assegurou Winter.