Barroso afirma que decisões do STF atrapalharam combate à corrupção
O magistrado citou casos em que o Supremo retrocedeu, o que para ele gera problemas porque pode eternizar os processos por prescreverem
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso disse na terça-feira, (30), durante um evento do ciclo de conferências da Academia Brasileira de Letras (ABL), que em algumas decisões polêmicas da Corte houve uma atuação mais “controvertida” – e elas atrapalharam o combate da corrupção no País.
Ao palestrar sobre a “Justiça”, o magistrado citou casos em que o Supremo retrocedeu, o que para ele gera problemas porque pode eternizar os processos por prescreverem, e, assim, não é possível prestar satisfação social a respeito da situação.
Leia também:
- Cida Borghetti pede que STF encaminhe pedido de aposentadoria a Gilmar Mendes
- Sérgio Moro critica PT após manifestação de apoio a Nicolás Maduro
- Lula diz que não esqueceu da “picanha e cervejinha” para o trabalhador
“O Supremo anulou o processo contra um dirigente de empresa estatal que tinha desviado alguns milhões porque as alegações finais foram apresentadas pelos réus colaboradores e pelos réus não colaboradores na mesma data, sem que isso tivesse trazido nenhum prejuízo. Também acho que atrapalhou o enfrentamento à corrupção”, argumentou citando a Operação Lava Jato, o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB) do cargo e a anulação da sentença devido a depoimentos de delatores.
Barroso também aponta decisões acertadas
Barroso disse que as suas posições nos casos não predominaram, porém, o fato dele discordar não o impele a tratar com desrespeito a posição das pessoas que pensam diferente. O jurista foi um dos principais defensores da Lava Jato no STF.
Anteriormente, o presidente da Corte destacou decisões que concorda e considera como acertadas, como a equiparação do crime de homofobia ao de racismo, o reconhecimento da união homoafetiva, a permissão do aborto quando o feto é anencéfalo e a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias.
“A importância de um tribunal não pode ser aferida em pesquisa de opinião pública, porque existem na sociedade interesses conflitantes e sempre haverá queixas e insatisfações”, disse o ministro.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui!