Aumentar o gasto público e defender o "legado do PT" são as bandeiras do pré-candidato de Lula em Curitiba
O pré-candidato a prefeito de Curitiba Paulo Opuszka (PT) rejeita a ideia que Curitiba seja “antipetista“. A legenda nunca venceu uma eleição na capital dos paranaenses, mas o professor universitário vê com bons olhos o desempenho do partido na cidade. “A votação que o Lula teve em Curitiba, a votação que o Haddad teve em Curitiba, mostra que não necessariamente acontece essa rejeição automática”, defende. Opuszka lembra ainda que o PT já ajudou a administrar Curitiba na gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT) e diz que as áreas com melhor desempenho nesse período foram graças ao trabalho do PT. “Onde na gestão do Gustavo tiveram os melhores índices de desenvolvimento, por exemplo, na habitação, onde teve mais construção de casas populares, […] maior volume de construção de creches e escolas e na área de saúde”, rememora.
O professor universitário foi o sétimo convidado de uma série de entrevistas que o Jornal da Manhã Paraná, da Jovem Pan, está fazendo com os pré-candidatos a prefeitura de Curitiba. Mesmo disputando a cidade que ficou conhecida por muitos como “República de Curitiba”, forma que o ex-presidente Lula se referia a sede da Lava Jato, Opuszka faz um série de críticas a operação. “O processo do Lula é passível de anulação sim, por diversas situações específicas […] a forma como a Lava Jato se desenvolveu realmente deixou evidente questões que a gente pode entender como nulas.”, destaca. O pré-candidato alia as críticas a Lava Jato a defesa do Partido dos Trabalhadores. “É preciso defender o legado do Partido dos Trabalhadores, a gestão do PT foi aonde o Brasil alcançou os índices de maior desenvolvimento”, diz. O discurso veemente em relação ao partido não dá espaço para qualquer tipo de autocrítica. “Fazer autocritica do PT, no quadro que está estabelecido, com o pré-julgamento do Lula, não é cabível nesse momento”, explica.
Opuszka crítica a gestão do atual prefeito Rafael Greca (DEM) diante da pandemia de Covid-19. “Eu teria feito, por exemplo, logo que aparece a necessidade de isolamento, um lockdown com tempo maior. A impressão que eu tenho, pelas experiencias principalmente externas que a agente avalia, é que aquelas cidades que fizeram o lockdown tiveram um tempo menor de isolamento e na sequência tiveram um programa, um plano, de abertura que puderam realizar essa atividade. Essa claudicância de abrir e fechar, abrir e fechar, hora vai com mais violência, hora vem com menos, eu acredito que gera a situação como está estabelecida hoje.”, disse. Segundo o pré-candidato, a saída para a crise da Covid-19 é aumentar os gastos públicos. “Esse momento é o momento do gasto social, não que eu tenha que aumentar a máquina, mas eu tenho que aumentar o gasto. Talvez o único detentor de dinheiro em um momento como esse seja o Estado.”, explica.
O petista diz que vai usar o “fundão eleitoral”, verba pública de R$ 2 bilhões que os políticos reservaram para gastarem com campanhas eleitorais. “Todos os candidatos vão pegar é um dinheiro destinado para isso”, resume.
Confira a entrevista na íntegra: