Energia solar no Brasil. Duas Itaipus de oportunidades em 2022
O Fórum de Geração Distribuída, realizado em Florianópolis, trouxe números atualizados da transição de fontes renováveis e das perspectivas de crescimento do setor energético do país. O olho brilha quando se fala em energia solar fotovoltaica. Mas há crescimento também no uso de biomassa, da eólica e de hidrogênio.
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Nos últimos 6 anos a solar foi a fonte de energia que mais cresceu no mundo, mais até que as fontes convencionais. E com queda nos preços, o que deve se manter pelo menos até o final desta década, de acordo com os estudos da ABSolar, a entidade representativa do setor.
Para você ter ideia do que isso significa, veja Itaipu. O Tratado Binacional para Construção de Itaipu, entre Brasil e Paraguai, vai completar 50 anos em 2023, que é quando o Brasil para de pagar o custeio da obra. Pagamos por décadas o investimento, que levou 10 anos para entrar em operação, e que hoje responde por quase 11% da energia consumida no Brasil e 88,5% do consumo paraguaio, com 14 gigawatts (GW) de potência instalada.
Itaipu é a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta, tendo produzido mais de 2,7 milhões de GWh desde o início de sua operação.O Ativo Imobilizado e Intangível no Balanço Patrimonial de 2019, o último disponível, totaliza mais de US$ 17,6 bilhões.
Já a geração solar teve avanço a partir da publicação, em 2013, da Resolução 482, pela Aneel, a agência reguladora do setor de energia no país, e garantiu ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis, ou na forma de cogeração, podendo fornecer o excedente para a rede de distribuição local.
Otimismo em ondas crescentes
Projeções da ABSOLAR apontam que o Brasil deverá fechar 2022 com quase 25 GW de capacidade instalada em energia solar. Isso representaria um crescimento de mais de 91,7% em relação ao número de janeiro. Ou seja, em dez anos, podemos ter uma Itaipu a mais, com aproximadamente 10 milhões de placas solares espalhadas por telhados e solos em diferentes estados.
A geração solar soma 86,2 bilhões de reais em investimentos no Brasil nos últimos dez anos, o que representa R$ 22,8 bilhões de reais em arrecadação e a abertura de quase 480 mil vagas de emprego, segundo a ABSolar.
Em julho deste ano, a fonte solar ultrapassou as gerações a partir da biomassa e do gás natural na matriz energética brasileira. A lei 14.300, que instituiu o marco legal da micro e minigeração de energia, publicada no começo do ano, trouxe segurança. A operação dos grandes parques industriais e de pequenos projetos de geração fotovoltaica resulta numa potência instalada hoje de 16,4 GW. É mais do que Itaipu e do que todas as termelétricas a gás natural e biomassa somadas.
Algumas curiosidades
O tamanho do lago de Itaipu é três vezes maior que a ilha de Santa Catarina, Florianópolis.
A capacidade instalada na usina atendeu 13 por cento do consumo de energia do país no ano passado. Há 25 anos, a Usina respondia por 25 por cento do consumo nacional.
Nosso consumo cresceu e por isso demanda mais geração. Por outro lado, a crise climática exige adoção de fontes limpas de energia; e isso mantém em aceleração a Geração Distribuída – especialmente a solar – ano após ano!
Se fôssemos cobrir o lago de Itaipu com módulos solares, 1.350 Km quadrados de área, a geração poderia chegar a 270 Giga! O mundo inteiro ainda não tem instalações para gerar isso ao ano – marca que poderá ser alcançada talvez em 2023 ou 24. Na hipótese de cobrir o lago inteiro, essa mega usina poderia fornecer 70 por cento da energia consumida no Brasil.
Claro que é uma possibilidade muito remota. Até existe um gerador capaz, porém o preço do módulo fotovoltaico flutuante ainda é proibitivo.
Para fechar essa conversa, vale dizer que a célula fotovoltaica é conhecida há 68 anos. Mas o maior crescimento da geração solar ocorreu só na última década, com a massificação da tecnologia e as facilidades de crédito, o que levaram à redução de custos.
E oportunidade$
As oportunidades de negócios e trabalho neste setor seguem em alta – e são das grandes apostas quando pensamos em profissões rentáveis.
De olho nessa janela, novos modelos de investimento e entrega estão surgindo, como a construção de usinas apenas para locação, ou mesmo a instalação dos módulos em sistema de cooperativa.
Com mais usinas e de diferentes tamanhos e realidades, é necessário profissionalizar também o pós vendas, que são aqueles serviços de medição de indicadores de eficiência, operação e manutenção das usinas, negociação com as concessionárias…
Um dos novos produtos que chega ao mercado é o O&M Solar Smart, aplicativo que vem sendo desenvolvido entre a O&M Solar, de Curitiba, e a WEG, que tem sede em Santa Catarina, e que coloca a gestão da usina na palma da mão, literalmente, pelo celular. É mais controle com menos perda de energia e, consequentemente, de dinheiro.
No Fórum de Geração Distribuída ficou evidente também a falta de mão de obra qualificada. A própria O&M Solar tem vagas abertas para técnico de limpeza e manutenção no campo, desenvolvedor de software e gestor de spare parts, junto aos fabricantes.
Do mesmo grupo, a Domínio Solar está contratando técnicos para montagem eletromecânica e pessoal de engenharia civil. Em dois meses a empresa contratou cerca de 50 colaboradores.
É um case! E eles se multiplicam Brasil afora como ondas de eletricidade. Limpa e renovável!
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