Mãe de paranaense morto na Ucrânia quer trazer filho para o Brasil; veja o vídeo
Rosângela Pavin Santos disse que, até o momento, não recebeu nenhuma ajuda para trazer o corpo ou as cinzas do filho ao Brasil
Rosângela Pavin Santos, mãe do paranaense Murilo Lopes Santos, de 26 anos, morto na guerra da Ucrânia, quer trazer o filho para o Brasil. A família soube da morte do rapaz, na última sexta-feira (5), por um amigo, um militar, que estava no mesmo batalhão na cidade de Zaporizhzhia.
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Ela gravou um vídeo para a RICtv Curitiba, no qual fala que já não sabe mais o que fazer, nem a quem recorrer para trazer, ao menos, as cinzas do filho.
“Nós não temos nada de resposta de ninguém, a gente está batalhando atrás de alguma solução para ver o que consegue, se consegue que seja encaminhado o corpo, o traslado, mas, para falar a verdade, eu já estou sem esperança de que isso aconteça pelo fato de que já se passaram dias e a minha esperança agora seria de eles enviarem as cinzas do meu filho. De lá, ninguém de um órgão oficial entrou em contato com a gente. A gente daqui do Brasil está tentando contato com algum órgão oficial daqui, como embaixada, Itamaraty, mas ainda nada a gente conseguiu e eu não parei. Desde que eu soube, eu não parei de procurar ajuda para trazer o meu menino de volta, mas a gente não está conseguindo e os dias estão passando e a angústia só aumenta”, desabafou Rosângela.
A mãe do paranaense Murilo mora em Castro, nos Campos Gerais do Paraná, falou sobre os ideais do filho que decidiu ir para a Ucrânia, “Murilo foi para lá há um ano e nove meses. Foi atrás de um ideal que ele acreditava e era apaixonado pela carreira militar. Ele foi para lá para ajudar, ajudar um povo que estava sendo massacrado, ajudar a defender um povo, uma nação. E todo esse tempo que ele esteve lá, nunca ele se mostrou arrependido de ter ido, pelo contrário, ele amava a Ucrânia. Falou para mim que ele já tinha escolhido a Ucrânia como país”.
No vídeo, Rosângela comentou que a Ucrânia poderia ajudar nesses trâmites, “é uma falta de consideração com a família, porque enquanto eles estão lá, ele foi de coração para ajudar esse povo. Acho que eles teriam que ter o mínimo a consideração de ajudar a família numa situação dessa”.
Último apelo
Por fim, a mãe fez um apelo aos órgãos oficiais: “a família merecia, pelo menos, receber os restos do soldado que lutou lá, que ajudou tanto eles. Estou pior a cada dia que passa. Cada dia que amanhece eu penso que vou acordar desse pesadelo, mas aí vejo que não e não consigo me conformar. E como eu não tenho ele pra me despedir, a ficha não cai e fico nesse desespero, é muito angustiante”, finalizou arrasada.
Veja o vídeo da mãe de Murilo
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