Técnico de enfermagem é condenado por tentar matar esposa dentro de UTI em SC
Homem recebeu pena de mais de 12 anos de prisão por se valer de seus conhecimentos para intoxicar a mulher, que estava internada em tratamento médico
Um homem que tentou matar a esposa enquanto ela estava internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) foi condenado a mais de 12 anos de prisão, em Joinville-SC. De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), autor da denúncia, o réu foi condenado pelo Tribunal do Júri por tentativa de homicídio com três qualificadoras – emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
A sentença foi proferida na quarta-feira (9). O júri acatou a tese do MPSC, que apontou que o homem, que é técnico de enfermagem, se aproveitou de seu conhecimento para aplicar medicamentos indevidos na esposa. A ação ocorreu durante uma visita à vítima, dentro da UTI.
Os jurados concluíram que no dia do crime, em abril de 2015, o réu entrou na unidade com seringas escondidas e aplicou uma medicação exógena (de uso externo) e tóxica diretamente na corrente sanguínea da vítima, sua esposa. Em seguida, ele descartou o material em uma lixeira próxima ao leito.
Equipe médica salvou a vítima após a intoxicação
Ainda de acordo com a denúncia, a injeção do medicamento causou um quadro súbito de cefaleia, taquicardia e hipertensão na mulher, seguido de parada respiratória e convulsão. Entretanto, apesar da gravidade do quadro, a rápida intervenção da equipe médica do hospital conseguiu salvar a vítima.
Após o reestabelecimento da paciente, as equipes encontraram três seringas não padronizadas e não utilizadas pelo hospital dentro da lixeira. Nelas havia resquícios do medicamento então utilizado para intoxicar a vítima. Além das seringas, resíduos da substância foram encontrados no equipamento de soro.
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O promotor Marcelo Sebastião Netto de Campos argumentou diante do Júri que “a tentativa de homicídio contra a companheira se deu em razão da condição do sexo feminino, prevalecendo-se da relação familiar”. “Vale destacar que o réu viveu em união estável com a vítima por 13 anos. Ele pediu a separação, após os fatos, sem que ela desconfiasse do que ele fizera, mas quando ela ainda estava internada”, completou.
O réu teve a pena fixada em 12 anos, nove meses e dois dias de reclusão, em regime fechado. Cabe recurso da decisão, mas o homem não terá o direito de recorrer em liberdade.
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