Suspeito de matar diretor da Prefeitura de Curitiba se entrega; MP denuncia dois pelo crime
O segundo acusado de envolvimento na morte de Augusto Meyer Neto, diretor da Secretaria de Obras de Curitiba, entregou-se no início da tarde desta quinta-feira (30), na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos da capital. Maycon César Guedes da Silva, de 27 anos, estava acompanhado de um advogado. Ele ficará preso preventivamente – ou seja, por tempo indeterminado.
O outro acusado, Hermes da Motta, de 24 anos, tinha se entregado à polícia em 10 de junho. Inicialmente, ele negou envolvimento, mas depois em depoimento voltou atrás e confessou que dirigia o automóvel durante o crime. O diretor foi morto em 29 de maio em uma tentativa de assalto, por volta das 19h30, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. Ele foi atingido por disparos na região do ombro e do abdômem.
Ambos foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), na quarta-feira (29), pelo crime de latrocínio – roubo seguido de morte – com agravante de ter sido cometido contra pessoa acima de 60 anos. Sem considerar o agravante, o crime tem pena prevista de 20 a 30 anos de prisão. Hermes também está sendo acusado de fraude processual.
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A denúncia é assinada pela promotora Carolina Tavares da Silva Rockembach, da 4ª Promotoria de Justiça de Prevenção e Persecução Criminal de Curitiba. O processo tramita na 6ª Vara Criminal de Curitiba. Agora, caberá ao juiz responsável avaliar se aceita ou não da denúncia contra os acusados. Caso aceita, eles se tornarão réus no caso.
Na delegacia, o advogado de defesa de Maycon César afirmou que o cliente vai assumir a responsabilidade sobre os fatos, que, segundo ele, serão esclarecidos. “Posso dizer que ele vai assumir tudo o que praticou, contar a verdade, e não omitir nada. Ainda tem algumas coisas para serem esclarecidas”, disse, sem responder se foi Maycon César quem atirou na vítima.
A reportagem tenta contato com a defesa de Hermes da Motta.
Entenda o caso
A tentativa de assalto aconteceu em uma noite dedomingo. No momento em que Meyer Neto chegava em casa, na região do Santa Cândida, a Fiat Toro que ele conduzia foi bloqueada na rua Dr. Satilas do Amaral Camargo por um Gol. Logo em seguida, um indivíduo desceu do carro suspeito e anunciou o assalto.
Duas pessoas que estavam no veículo com o diretor da prefeitura saíram do automóvel, porém, Meyer Neto tentou acelerar a picape e foi baleado. Após efetuar dois disparos, o criminoso voltou para o Gol e fugiu do local, sem levar nada da vítima.
Uma equipe da PM chegou rapidamente ao local, porém, não conseguiu localizar os suspeitos em flagrante. Profissionais do Corpo de Bombeiros tentaram salvar a vida do diretor da prefeitura, chegaram a realizar um procedimento dentro da ambulância, mas a vítima não resistiu.
O carro dos suspeitos foi localizado em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. O próprio Hermes levou a polícia até o local. Durante o interrogatório, o rapaz disse que não se apresentou antes porque estava com medo. Ele teria recebido ameaças para não revelar a identidade de outra pessoa envolvida no crime, que teria matado Augusto.
O delegado também constatou que, antes de ser preso, Hermes fez mudanças no carro usado no crime, para “disfarçar” e não ser reconhecido.
Conforma a polícia, Augusto tinha um cofre secreto dentro da caminhonete que conduzia, um compartimento que usava para guardar dinheiro. A investigação ainda apura se o alvo do roubo era o veículo ou o dinheiro em espécie que estava na caminhonete.
Segundo a polícia, foram analisadas imagens de câmeras de segurança das proximidades de onde o crime aconteceu, que mostraram os suspeitos fugindo de carro em direção a Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, pela Rodovia da Uva. Coincidentemente, as obras em que Augusto estava trabalhando recentemente eram na mesma cidade.
A polícia informou que a vítima costumava fazer o pagamento de funcionários de obras e também de fornecedores com dinheiro em espécie, o que pode ter atraído a atenção dos suspeitos.