Principal testemunha do caso Evandro, Diógenes Caetano vira réu por calúnia em novo processo
O Poder Judiciário do Estado do Paraná, através da Vara Criminal de Guaratuba, no Litoral, aceitou a queixa-crime contra o engenheiro civil Diógenes Caetano dos Santos. Com a decisão desta quarta-feira (27), da juíza Marisa de Freitas, Diógenes se tornou réu por calúnia contra cinco acusados do Caso Evandro. No entanto, a queixa-crime é referente a outra situação, não tendo relação com o desaparecimento de Evandro.
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Diógenes foi a principal testemunha de acusação no Caso Evandro. Ele é primo da vítima e, na época das investigações, foi ele quem apontou que o menino teria sido assassinado em suposto ritual de magia.
Assinaram a queixa-crime cinco dos sete acusados de envolvimento no caso: Beatriz e Celina Abagge, Airton Bardelli dos Santos, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro. Nela, eles afirmam que a ação não se trata de Evandro e sim da acusação de Diógenes, feita em uma transmissão ao vivo para um veículo de imprensa em janeiro deste ano, de que estariam envolvidos no desaparecimento de Leandro Bossi e outras 28 crianças.
Conforme a descrição da transmissão, o veículo estaria entrevistando Diógenes, familiar de Evandro, sobre os pedidos de desculpas feitos oficialmente pelo então Secretário de Justiça do Paraná, Ney Leprevost, a Beatriz Abagge e outras pessoas, que teriam sido torturadas pelo Estado. Em sua fala, Diógenes insinuou que Beatriz e Celina Abagge, Airton Bardelli dos Santos, Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro seriam responsáveis pelo desaparecimento de outras crianças nas décadas de 80 e 90. Veja o trecho:
“Nós não vamos pactuar, a família se recusa. Nós sabemos que foram eles que mataram e não foi só o Evandro, não foi só o Leandro, eles confessaram outras crianças. Eu até…eu não quero me alongar, mas só para encerrar essa primeira pergunta: todos aqueles desaparecimentos, aqueles 28 casos que estão sumidos, do final dos anos 80, início dos anos 90, eles são casos de sumiços fora da curva, são casos diferentes Sempre existiu desaparecimentos e sempre existe, até hoje. Mas aqueles eram fora da curva, eles tinham características especiais e nenhuma delas foram encontradas, mesmo com aquelas amplas campanhas de divulgação que houve na imprensa nacional, até internacional, com envelhecimento facial. Até hoje se busca e nenhuma delas apareceu. Então, aquilo só acabou com a prisão deles.
disse, em transmissão ao vivo para um veículo de imprensa.
No pedido à juíza, os advogados dos autores da queixa-crime pediram ainda indenização de R$ 200 mil para cada um dos cinco clientes.
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Recentemente, novos áudios comprovaram a existência de tortura contra os sete acusados do caso. Todos eles receberam, de forma oficial, o perdão do Governo do Paraná.
O RIC Mais tenta contato com a defesa de Diógenes Caetano.