Justiça determina prisão de ex-policial condenada pela morte da copeira Rosaira
Mandado de prisão contra Katia das Graças Belo foi expedido nesta terça-feira (7); vítima foi assassinada em uma confraternização nas vésperas do Natal de 2016
O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou a prisão da ex-policial civil Katia das Graças Belo, condenada pela morte da copeira Rosaira Miranda da Silva. O mandado expedido nesta terça-feira (7) foi assinado pelo magistrado Leonardo Bechara Stancioli, da 2ª Vara Plenário do Tribunal do Júri de Curitiba.
A ex-servidora pública, que foi exonerada da Polícia Civil do Paraná em junho de 2021, foi condenada em júri popular em maio de 2022. A pena inicial por homicídio duplamente qualificado, com motivo fútil e impossibilidade de defesa, foi estabelecida em 14 anos e 3 meses. Entretanto, em outubro de 2023, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná aumentou a pena para 18 anos e 9 meses de prisão.
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Apesar da condenação, devido a um pedido da defesa, a ex-policial não saiu presa do Tribunal do Júri, o que causou revolta na família na época. “A justiça veio, mas não foi como a gente gostaria. Eu queria que ela saísse daqui presa, porque eu vou continuar com medo. Com medo dela ameaçar meu pai, ameaçar eu, a gente continua com medo. Eu queria que ela saísse presa, porque minha mãe não vai voltar mais”, declarou o filho da vítima após o júri.
Nesta semana, com a expedição do mandado de prisão da ex-policial Katia, o advogado da família celebrou a decisão. “É o fim de um ciclo, conseguimos sua demissão dos quadros de policiais civis, a condenação criminal e que o Estado indenizasse a família. A expedição do mandado de prisão coroa e gratifica um trabalho incansável de quase 8 anos”, declarou o advogado Ygor Nasser Salah Salmen.
A equipe do Portal RIC tenta contato com a defesa da ex-policial Katia. O espaço está aberto para o posicionamento referente a decisão do TJ-PR.
Policial mata copeira em confraternização – Relembre o caso
A copeira Rosaira Miranda da Silva foi morta com um tiro na noite do dia 23 de dezembro de 2016, quando participava de uma confraternização da empresa. O crime aconteceu em um restaurante no Centro Cívico, próximo a residência da policial civil (na época) Kátia das Graças Belo.
Insatisfeita com o barulho que a confraternização causava no interior da residência, Kátia foi até o local da festa, acompanhada do naamorado, e efetuou disparos de arma de fogo. Um dos tiros atingiu a copeira Rosaira.
“Houve um erro que, infelizmente, me define por completo hoje. Eu assumo esse erro. Sinto muito. Não foi só a Rosaira que morreu naquele dia, eu e minha família também morremos […] Foi um ato de desespero. O meu quarto naquela noite virou uma caixa de som. As paredes vibravam, como por muitas vezes ocorreu naquele 2016. E, de fato, perdi o controle, em um ato de desespero, de pedir socorro. Eu dei um tiro para baixo. E é por isso que estou aqui hoje, infelizmente”, comentou Katia no banco dos réus.
Como tentativa de evitar a condenação, a equipe de defesa da ex-policial, antes do início do júri, levou os jurados e envolvidos na sessão até o local do crime e depois até o apartamento onde a ex-policial efetuou o disparo. Apesar das manobras, os jurados decidiram pela condenação de Kátia.
Entretanto, a condenada não saiu do Tribunal do Júri direto para a cadeia. Devido a um recurso da defesa, a mulher continuou em liberdade.
Após ter a pena aumentada em 2023, para 18 anos e 9 meses de prisão, em maio de 2024 a ex-policial teve o mandado de prisão expedido.
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