Júri de acusado pelo assassinato da youtuber Isabelly começa com polêmica
Defesa do réu questiona informações prestadas pela delegada Vanessa Alice, primeira testemunha ouvida no julgamento
Após dois adiamentos e com cerca de duas horas de atraso, começou nesta terça-feira (3), em Pontal do Paraná, no litoral paranaense, o julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos. O júri, O júri, que deve durar dois dias, deve as discussões sobre o crime ocorrido em fevereiro de 2018, quando a vítima, que tinha 14 anos, foi morta a tiros após uma discussão de trânsito, na PR-407, também em Pontal do Paraná.
A primeira testemunha, a delegada Vanessa Alice, que era responsável pela Operação Verão na época do crime e, dessa forma, conduziu as investigações policiais, começou a ser ouvida às 11h. Esse depoimento foi iniciado cerca de duas horas após o previsto inicialmente porque o promotor Rodrigo Sanches se atrasou para chegar ao fórum.
Além da delegada, outras nove testemunhas prestarão depoimentos ao longo do julgamento. Assim, são dez testemunhas no total, cinco indicadas pela defesa e outras cinco pela acusação. O número foi determinado em acordo entre as duas partes, que anteriormente haviam relacionado 19 testemunhas.
Após esses dez depoimentos iniciais, que devem ocorrer ainda nesta terça-feira, a juíza Caroline Valiati da Rosa ouvirá o acusado. Em seguida haverá o debate entre acusação e defesa. E então o júri, que é formado por sete homens, decidirá pela condenação ou absolvição do réu.
Depoimento de delegada é contestado pela defesa
Após a delegada Vanessa Alice afirmar em seu depoimento que Everton Vargas desceu do veículo para realizar os disparos, a defesa do réu contestou essa versão. Segundo os advogados, a afirmação desmente a apresentada na acusação do Ministério Público do Paraná (MPPR). De acordo com os advogados do réu, a afirmação da delegada “não consta no processo e contraria a perícia oficial e a reprodução simulada” do crime.
Conforme a defesa, essa versão contraria inclusive a denúncia oferecida pelo MPPR, que afirma na “inicial acusatória que o acusado estava dentro do carro quando efetuou disparos”. Os advogados afirmam que, dessa forma, “o promotor de justiça, ao invés de cessar a linha inédita seguida pela delegada, continuou a fazer perguntas sobre essa nova dinâmica trazida em plenário, surpreendendo e violando o princípio da correlação”.
Diante disso, defesa afirma que pedirá o aditamento da denúncia. Ou seja, a adição de elemento novo ao processo, caso essa nova hipótese seja levantada em plenário pelos acusadores.
Familiares da vítima pedem justiça
Antes do início do julgamento, familiares e amigos de Isabelly realizaram um ato cobrando justiça para o caso. Com faixas e palavras de ordem, eles aguardam o encerramento de uma espera que dura mais de seis anos.
Julgamento já foi adiado em duas ocasiões
Marcado para acontecer mais de seis anos e meio após o caso, o julgamento de Everton foi adiado duas vezes. Inicialmente previsto para ocorrer em março de 2022, o júri foi adiado devido a uma falha processual, que não incluiu a reconstituição do caso no processo.
Já o segundo adiamento, em outubro de 2022, atendeu a um pedido da defesa do réu, que alegou que não havia sete jurados isentos para a realização do júri. Na ocasião, a defesa também solicitou que o julgamento fosse transferido da Comarca de Pontal do Paraná, mas esse pedido não foi aceito.
Relembre a morte da youtuber Isabelly
Isabelly foi assassinada a tiros após uma discussão de trânsito em fevereiro de 2018. A jovem, que tinha 14 anos, foi baleada na cabeça, dentro do carro em que estava, na BR-407, em Pontal do Paraná. Ela foi socorrida e internada no Hospital Regional de Paranaguá, mas morreu em virtude dos graves ferimentos.
O crime ocorreu quando Isabelly voltava de uma gravação em uma casa de shows no Balneário Shangri-lá.
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